São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997
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PFL enfrenta dissidentes

MARIANA SCALZO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Ricardo Barros (PFL-PR) disse que já foi procurado pelo líder Inocêncio Oliveira (PE) e pelo presidente regional do seu partido para votar "sim" ao projeto de reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Ele é um dos alvos da operação de busca de votos favoráveis à emenda constitucional. Até agora, não cedeu. Coordenador de uma campanha de obstrução na Câmara, Barros insiste em que admite votar a reeleição depois do Carnaval, se ela for condicionada à realização de um referendo popular.
"Ele que invista o tempo em outras pessoas que possa dobrar", disse Barros em um recado ao presidente licenciado do PFL e embaixador do Brasil em Portugal, Jorge Bornhausen, que comanda a operação de "caça" aos dissidentes pefelistas.
Barros contabiliza 20 dissidentes do PFL, enquanto a cúpula do partido conta apenas 7 votos contrários na bancada de 102 deputados.
"Vamos trabalhar todos eles até o dia da votação; não vamos desistir", reagiu o presidente do PFL, deputado José Jorge (PE).
"Vamos conversar, às vezes o cara está com raiva de uma besteira qualquer", completou. É meta de José Jorge garantir unanimidade de votos na bancada do PFL.
O deputado Raul Belém (MG) mudou ontem de posição. Dará seu voto à reeleição mesmo sem a garantia de apoio do PFL à proposta de referendo popular, que defende. "O PFL está querendo ser mais realista que o rei".
Entre os dissidentes pefelistas que recusam publicamente qualquer possibilidade de mudar de voto até a semana que vem estão os deputados Jair Soares (RS) e Paulo Lima (SP), integrantes do chamado Movimento de Consciência Política e Valorização da Atividade Parlamentar.
O grupo resiste ao que classifica de "rolo compressor" do governo e quer mais tempo para discutir a reeleição. Por isso, só admite votar a emenda depois da substituição do presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), em fevereiro.
(MS)

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