São Paulo, quinta-feira, 9 de janeiro de 1997
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Desorganização marca recuperação

DA FT

No quarto dia do programa "Escola nas Férias" -o curso especial de recuperação para alunos de 1º grau da rede estadual que foram reprovados-, a maioria das Delegacias de Ensino ainda não conseguiu organizar as escolas para receberem os alunos.
Em várias escolas, o curso começou só ontem -as aulas vão até o dia 30. Algumas delegacias -entre elas, a 5ª Delegacia de Ensino- colocaram alunos de várias escolas em uma única escola, superlotando as classes.
Outras, como a 12ª Delegacia de Ensino-, prorrogaram o prazo de inscrição para amanhã, devido à baixa procura.
Com poucos alunos inscritos, as escolas colocaram estudantes de séries diferentes na mesma classe. Ontem, na EEPSG Conselheiro Antônio Prado, em Campos Elísios, 19 alunos de 3ª e 4ª séries estavam assistindo às aulas na mesma classe.
Na EEPSG Wolny de Carvalho Ramos, na Água Rasa (zona leste), a situação era inversa: os cerca de 600 alunos inscritos para o curso de recuperação de 12 escolas estão desde ontem assistindo às aulas no local. Há salas com até 45 alunos por classe.
O promotor do Ministério Público Maurício Antônio Ribeiro Lopes instaurou ontem inquérito civil para apurar as irregularidades nas escolas.
A Secretaria da Educação informou ontem que os problemas ocorreram porque o curso está no início e disse que eles serão resolvidos nos próximos dias.
Segundo a secretaria, 300 mil alunos em 1.200 escolas devem participar da recuperação. O custo do programa é de R$ 25 mi. A Apeoesp (Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de SP) afirmou que o dinheiro foi mal investido. "Com a verba, daria para investir no aperfeiçoamento de professores e melhorar o ensino", diz o secretário de formação da Apeoesp, Celso Barreiro, 32.
Tumulto e confusão marcaram ontem o início do curso de recuperação especial na EEPSG Wolny de Carvalho Ramos, na Água Rasa (zona leste).
Cerca de 600 alunos foram à escola pela manhã para saber em que salas assistiriam às aulas. Pelo menos cem alunos ficaram sem aulas -apesar de terem feito a inscrição, o nome deles não constava na lista. Devido à confusão, alguns alunos começaram a atirar pedras nas vidraças.
O delegado de ensino interino da 5ª Delegacia, Rivalmir Pitta Oliveira, disse que as listas foram refeitas e hoje, o problema deve estar solucionado.

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