São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 1997 |
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PMDB informa a presidente que Iris não vai retirar candidatura Paes de Andrade diz que não há entendimento com ACM DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O PMDB informou ao presidente Fernando Henrique Cardoso que não há nenhuma possibilidade de abrir mão da disputa pela presidência do Senado, comprometendo assim o rateio de poder entre os aliados governistas -considerado vital para a reeleição.Preocupado com a ação dos peemedebistas, FHC chamou para conversas o presidente do PMDB, Paes de Andrade (CE), e o presidente do Senado, José Sarney (AP). Eles se encontraram na noite de anteontem no Alvorada. "No momento, não há a mais remota possibilidade de um entendimento", disse Paes de Andrade a FHC, descartando a possibilidade de o senador Iris Rezende (GO) renunciar à disputa com Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). "O partido não será caudatário (subserviente)", insistiu depois, ao relatar a conversa. O deputado ainda deu motivos ao Planalto para evitar qualquer ação contra a candidatura de Iris: o senador será responsável por um "caixão de votos" favoráveis à reeleição na convenção do PMDB, no próximo domingo. Os delegados de Goiás detêm 47 votos na convenção. Sarney se recusou a discutir a sucessão no Senado com o presidente, segundo contou ontem. FHC ouviu de Sarney um relato tranquilizador sobre a convenção de domingo. O PMDB não fechará questão nem contra nem a favor da reeleição e mostrará disposição de se manter aliado a FHC. "Disse ao presidente que o PMDB é um partido que quer participar mais e pode participar mais das decisões do governo", relatou Sarney. Paes de Andrade ainda investe numa recomendação da convenção contrária à emenda da reeleição, mas descarta também o fechamento de questão. "O PMDB não é um partido de vaquinhas de presépio, mas está dando apoio ao presidente." O deputado disse que não tratou do aumento da participação do PMDB no governo: "O partido tem todo o direito de reivindicar, mas essa discussão de reforma ministerial está fora de tempo". O PMDB ocupa atualmente três ministérios, dois deles de forma temporária. Nelson Jobim (Justiça) já foi convidado para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal, e Alcides Saldanha é ministro interino dos Transportes. Corpo-a-corpo Pressionado, Iris Rezende partiu para o contra-ataque. Ele começou ontem um corpo-a-corpo com os senadores para garantir que não há qualquer possibilidade de acordo que implique a retirada de sua candidatura à presidência do Senado. Iris afirma que vai levar a disputa até o fim -o que significa eleição direta e secreta no plenário do Senado. Um dos alvos do candidato é o PSDB, que pode formalizar apoio a ACM. Iris disse ao líder da bancada tucana, Sérgio Machado (CE), que o PSDB sempre foi conhecido como um partido que fica "em cima do muro" e não poderia "descer" justamente para votar contra ele, um aliado do governo. Texto Anterior: STF começa a analisar ação pepebista Próximo Texto: Reeleição mudará a coligação governista Índice |
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