São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 1997
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Saúde de Ieltsin é estável, diz Kremlin

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Kremlin (sede do governo russo) disse ontem que o estado de saúde do presidente Boris Ieltsin, 65, é estável, e sua temperatura é normal. Ele foi internado na noite de anteontem com pneumonia.
Segundo o comunicado, o tratamento está sendo feito com antibióticos. Ieltsin voltou ao trabalho no dia 23 de dezembro, depois de ser submetido a uma cirurgia para implantação de cinco pontes de safena, em 5 de novembro último.
Segundo um porta-voz, o presidente discutiu assuntos de governo com o primeiro-ministro da Rússia, Viktor Tchernomirdin.
A rede de TV NTV afirmou que Ieltsin continua controlando do hospital o sistema que dispara o arsenal nuclear russo.
O cirurgião cardíaco Renat Aktchurin, que comandou a equipe médica que operou Ieltsin, disse ter recebido a informação de que o estado do presidente é "bastante satisfatório".
Aktchurin afirmou que não há relação entre a pneumonia e os problemas cardíacos do presidente.
O cardiologista Michael DeBakey, que assessorou a equipe médica russa na cirurgia de Ieltsin, também afirmou que não há relação entre a pneumonia e problemas no coração.
Médicos ocidentais, porém, disseram que Ieltsin pode ter sofrido complicações cardíacas que desencadearam sintomas semelhantes aos de pneumonia.
"Aparentemente, ele tem uma mistura de infecção no peito com problemas cardíacos. Ele pareceu um homem realmente doente", disse o professor Brian Pentecost, diretor médico da Fundação Britânica do Coração.
As conclusões do médico são baseadas na imagem de Ieltsin divulgada no sábado, quando ele se reuniu com o chanceler (premiê) da Alemanha, Helmut Kohl.
Durante a audiência, Ieltsin estava pálido e parecia cansado.
Outros médicos disseram que Ieltsin não descansou o suficiente antes de retomar suas atividades após a operação. O ideal seria uma pausa de pelo menos três meses.
O economista liberal Grigori Iavlinski disse que a nova doença é um sinal de que Ieltsin não tem condições de governar o país.
O general Alexander Lebed, ex-chefe do Conselho de Segurança russo, afirmou que "não há muita esperança".
Lebed, que não esconde a intenção de chegar à Presidência russa, pediu a renúncia de Ieltsin.
Caso Ieltsin deixe o poder por problemas de saúde, o premiê assumirá suas funções. Pela Constituição russa, novas eleições presidenciais teriam de ser convocadas no prazo de três meses.

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