São Paulo, sábado, 11 de janeiro de 1997
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Temporal mata 3 e deixa 4 desaparecidos

DEISE LEOBET

FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

2 crianças foram arrastadas pela água e morreram afogadas

Pelo menos três pessoas morreram e quatro estavam desaparecidas até a tarde de ontem, em Curitiba e no litoral do Estado, em consequência do forte temporal que atingiu a região anteontem.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, em menos de uma hora choveu 74 mm, o equivalente a um mês de chuvas.
Durante o temporal, que durou cerca de 45 minutos, os bombeiros receberam 800 chamadas.
Geraldo de Jesus Carvalho, 20, foi encontrado morto na manhã de ontem pelos bombeiros.
Testemunhas contaram que ele foi arrastado pela enxurrada para o rio Belém, que corta a Vila Pinto, maior favela da cidade.
Crianças
Em Morretes (cidade histórica do Estado a 46 km de Curitiba), duas crianças morreram afogadas. Jacinta dos Santos, 9, e Adaílson do Santos, 8, foram arrastados pela enxurrada, quando brincavam próximos ao rio Candonga.
Os dois irmãos mais velhos, Márcia Cristina dos Santos, 16, e Adalto dos Santos, 17, foram resgatados com vida.
Reginaldo Florêncio dos Santos, 52, e seu filho, Moisés, 14, estavam descendo o rio Nhundiaquara (que corta Morretes) de bóia, quando foram puxados pelas águas que desciam a Serra do Mar. O fenômeno é chamado pelos moradores da região de "cabeça d'água".
Reginaldo conseguiu se salvar, mas está internado em estado grave, vítima de traumatismo craniano. O filho continuava desaparecido até a tarde de ontem.
Um rapaz que estava desaparecido foi resgatado com vida por moradores das redondezas do Rio Bacheri (zona leste da cidade), na noite de quinta-feira.
O temporal também destelhou três blocos do Hospital de Clínicas, o maior do Paraná, e inundou salas de aula, a maternidade e o serviço de raio-x.
Parte do telhado do shopping center Pollo Shop, próximo ao centro, desabou por causa da infiltração da água. Dez lojas foram atingidas. Não houve vítimas.
Prejuízo
Ontem, comerciantes do centro da cidade ainda calculavam os prejuízos que tiveram com a enchente. Nas ruas Vicente Machado e Visconde de Nacar a água chegou a meio metro, arrastou carros, derrubou árvores e postes de luz.
Cinquenta equipes da Companhia Paranaense de Energia (Copel) trabalharam durante a madrugada e o dia de ontem para consertar 30% da rede elétrica que foi danificada pelo temporal.

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