São Paulo, sábado, 11 de janeiro de 1997
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'Vassoura de coca' é apreendida em Bangu

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O plano de montar uma "boca" de venda de cocaína dentro do presídio de segurança máxima Bangu 2 foi frustrado.
Agentes penitenciários apreenderam 600 gramas da droga escondidos dentro de um lote de dez vassouras.
As vassouras chegaram esta semana ao presídio, enviadas pelo correio ao condenado Josenilson Carneiro do Nascimento.
Anteontem, os agentes de Bangu 2 -situado em Bangu, na zona oeste do Rio- desconfiaram da encomenda e resolveram abrir uma das vassouras.
Como encontraram cocaína, acondicionada em saco plástico, eles decidiram examinar todas as vassouras.
Meio quilo
Ao final da vistoria, constatou-se que havia mais de meio quilo da droga dentro de 19 sacos plásticos escondidos nas bases das vassouras.
O Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário) afirmou que as vassouras cheias de cocaína foram enviadas ao presidiário por sua irmã, Josuelma Carneiro do Nascimento, moradora da rua Tenente Luís Dorneles, no Grotão (zona norte).
Depois de misturada, a cocaína renderia até 5.000 papelotes (pequenos embrulhos), que, segundo as investigações, seriam vendidas por Nascimento e pelo preso Paulo Roberto da Silva dentro do próprio presídio.
A venda dos papelotes aos demais presidiários daria aos acusados um lucro de R$ 150 mil, conforme cálculos do Desipe e da 34ª Delegacia de Polícia.
A polícia está procurando a irmã do presidiário Nascimento. Ela não foi encontrada no endereço em que mora.
Nascimento cumpre pena de 61 anos de prisão. Ele foi condenado pela acusação de ter praticado latrocínio (roubo seguido de morte) e assaltos a mão armada.
Condenado por envolvimento em sequestros e em tráfico de drogas, Paulo Roberto da Silva cumpre pena de 23 anos de prisão em Bangu 2.
Suborno
Além de responder a novo inquérito por tráfico de cocaína, Silva foi indiciado pela 34ª Delegacia de Polícia em uma suposta tentativa de suborno.
Ele teria tentado subornar os agentes penitenciários que encontraram a droga dentro das vassouras.
Segundo os agentes disseram na delegacia, o presidiário lhes ofereceu dinheiro em troca da liberação da cocaína apreendida nas vassouras.

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