São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 1997
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Inflação duplicou em 1956

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Conhecido como pai da industrialização brasileira, o governo de Juscelino Kubitschek também foi ponta-de-lança em outras "tradições" econômicas do país: descontrole dos gastos públicos, endividamento externo e inflação.
No seu primeiro ano de gestão, com o amigo e político José Maria Alkmin no Ministério da Fazenda, JK dobrou a inflação anual, aumentou em 86% a dívida externa e triplicou o déficit público.
O ano de 1956 foi difícil para o presidente. Empossado graças a um movimento militar comandado pelo general Henrique Lott, JK viu a inflação subir de 12,15% para 24,55% ao ano e a variação do PIB cair de 8,8% para 2,9%.
No decorrer de seu governo, que teve seis ministros da Fazenda (três dos quais interinos), Juscelino conseguiu retomar o crescimento, que chegou a 10,8% em 1958, e reduziu progressivamente o rombo nas contas do Tesouro.
Entretanto, o desequilíbrio da área externa permaneceu crescente, enquanto a inflação subia e estacionava em mais de 30% ao ano.
Seu governo fez aumentar em 80% a produção industrial, graças à abertura às empresas estrangeiras, mas acumulou déficits crescentes no balanço de pagamentos.
No final de seu mandato, a dívida externa havia sido engordada com sucessivos empréstimos para financiamento das importações e acabou em US$ 3,9 bilhões -quase três vezes maior do que o endividamento herdado do governo anterior.
(JRT)

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