São Paulo, quarta-feira, 15 de janeiro de 1997
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Consumo de suco de laranja dispara

ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado brasileiro deve bater o recorde de consumo de suco de laranja nesta safra (julho de 96 a junho próximo).
Serão 100 milhões de litros de suco do tipo longa vida e mais 155 milhões de caixas (40,8 kg cada) da fruta in natura.
Como cada caixa produz 17 litros, o consumo total de suco no país, incluindo longa vida e as frutas de mesa, deve chegar a 2,7 bilhões de litros.
Com esse desempenho, o consumo per capita do país se iguala ao dos EUA: 20 litros/ano.
A indústria de suco em embalagem longa vida está aumentado 35% sua produção. Passa dos 65 milhões de litros do ano passado para 100 milhões este ano.
Os dados constam de uma pesquisa da Abecitrus (Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos), que avaliou o consumo interno de laranja.
Outro segmento que deve crescer 30% este ano é o dos chamados "laranjinhas", comerciantes que vendem suco fresco, com prazo de validade médio de três dias, em carrinhos em formato de laranja.
Somente esse mercado deve saltar de 3,5 milhões de caixas de laranja, na safra passada, para 5 milhões de caixas na atual, segundo a Abecitrus.
Apenas a FMC do Brasil, uma das principais indústrias que fabricam a máquina para produção de suco fresco (extratora) para "laranjinhas", vendeu 1.450 unidades no período 92 a 96 e espera comercializar 450 máquinas este ano (leia texto abaixo).
Produtores de laranja do Estado de São Paulo estão destinando parte de sua produção diretamente para os "laranjinhas".
"O produtor tem hoje duas opções: a indústria de suco para exportação e o mercado interno, que cresce a cada ano", diz Marco Antonio dos Santos, presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga (335 km a noroeste de São Paulo).
Exportação
A produção de suco concentrado para exportação está estagnada em 1,1 milhão de t (266 milhões de caixas) desde 94, segundo Ademerval Garcia, presidente da Abecitrus.
Garcia diz que, este ano, dificilmente o desempenho da indústria de suco concentrado será diferente, porque o mercado interno de fruta fresca está absorvendo muita matéria-prima.
"O produtor está responsável pela colheita. A indústria é secundária, porque paga menos. Se o produtor pudesse vender tudo para o mercado interno, ele venderia", afirma Garcia.
Segundo o engenheiro agrônomo Walqmar Brasil de Souza Pinto, da Delegacia Agrícola de Bebedouro (SP), a indústria paga em média R$ 2 pela caixa da laranja.
"No mercado interno, o produtor consegue até R$ 3", diz.
Dados da Abecitrus mostram que o mercado de laranja in natura no país está crescendo 10% ao ano.
Pela estimativa da associação, até o final desta década, a indústria de suco de laranja longa vida deverá estar colocando no mercado interno 300 milhões de litros/ano.
Refrigerante lidera
Apesar do crescimento do suco de laranja, o refrigerante continua a liderar o mercado de bebidas sem álcool no Brasil.
Este ano, o consumo deve atingir 11 bilhões de litros de refrigerante, 10% a mais que em 96, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes.

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