São Paulo, quarta-feira, 15 de janeiro de 1997
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As facções nacionais do PMDB

1) Facção Temer
Lidera o partido na Câmara. É candidato a presidente da Casa e opção de poder para um grupo de quase 70 deputados. É aliado do governo, mas não tem sido muito competente nas articulações. Não neutralizou as ações contrárias à reeleição na Convenção Nacional do PMDB, no domingo, e não convenceu os deputados a votarem a emenda da reeleição na comissão especial ontem

2) Facção gaúcha
Liderada pelo governador do Rio Grande do Sul, Antônio Britto, esse grupo costuma vender o que não tem. Na convenção, Britto havia prometido uma atuação forte de sua bancada, acabou derrotado e nem apareceu em plenário. Tem dois ministros no governo -Nelson Jobim (Justiça) e Alcides Saldanha (Transportes)

3) Facção guerrilheira
Os dois maiores expoentes desse grupo são o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia e o deputado federal Paes de Andrade (CE), que hoje preside o partido. São aliados momentâneos. Juntos, Quércia e Paes se encostaram em Paulo Maluf para tentar emperrar a aprovação da reeleição

4) Facção Newtão
Liderada por Newton Cardoso, prefeito de Contagem (MG), ex-governador mineiro e ex-deputado federal. Newtão, como é conhecido, diz dominar 32 deputados (a maioria de Minas, Bahia, Paraná). Tem influência para fazê-los votar a favor da reeleição, mas teria dificuldade para pregar o não à emenda. Costuma blefar, como quando votou contra a emenda da reeleição na convenção do PMDB. Quer continuar dominando o DNER e quer indicar o próximo ministro dos Transportes

5) Os senadores
Com uma bancada de 22 senadores, o PMDB tem o segundo maior grupo partidário do Senado -perde para o PFL. O grupo é composto por ex-governadores e um ex-presidente da República (José Sarney). Dizem controlar cerca de 30 votos na Câmara. Não são uma facção orgânica, mas estão unidos por causa da conjuntura -querem uma alternativa de poder, que seria a eleição de Iris Rezende a presidente do Congresso

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