São Paulo, quarta-feira, 15 de janeiro de 1997
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Megafaxina fracassa outra vez em SP

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo fracassou na realização da anunciada megalimpeza das ruas do centro da cidade.
À tarde, pouco depois da retirada dos equipamentos e das equipes de limpeza, a Folha percorreu as ruas que deveriam estar limpas e observou muita sujeira espalhada nas calçadas.
Havia desde papel picado, cascas de frutas e caixas de madeira destruídas até um pneu sobre um semáforo.
A prefeitura informou que havia muito lixo na região e que "alguma coisa sempre sobra" (leia texto nesta página).
A operação, comandada pelo diretor da Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana), Carlos Alberto Venturelli, começou por volta das 7h, nas proximidades do Mercado Municipal.
Caminhões-pipa lavavam as ruas e dezenas de funcionários da SAR (Secretaria das Administrações Regionais) e da Limpurb varriam a sujeira. Outros servidores pintavam postes e parte das calçadas.
Balanço
Segundo o balanço divulgado ontem à tarde pela prefeitura, foram recolhidas 80 toneladas de lixo da região -em faxinas comuns são retiradas 40 toneladas.
Foram aplicadas 56 multas a comerciantes da região por colocar lixo na rua fora do horário, reservar vagas de estacionamento na rua e por deixar o passeio sujo. Cada multa custa R$ 86,80.
Também foram multados quatro estabelecimentos que estavam com caixas jogadas na calçada -para essa infração, a multa foi de R$ 434,00.
Sujeira
Por volta das 15h30 de ontem, depois que as equipes da prefeitura deixaram o local, a Folha percorreu a área demarcada para a limpeza. A região ao redor do Mercado Municipal permanecia limpa, mas havia muita sujeira espalhada em outros pontos.
Milhares de cascas de cebola estavam jogadas na rua Professor Eurípedes Simões de Paula, onde também se acumulavam caixas de madeira quebradas, usadas na zona cerealista.
Nas ruas Carlos Garcia e Barão de Duprat havia lixo espalhado nas vias, além de latas e copos plásticos. Em quase todas as ruas a Folha observou bueiros entupidos por papel e pedaços de madeira.
Comerciantes que trabalham na região criticaram a limpeza.
Para o gerente da Noé Exportações, Ronaldo Custódio, 33, que trabalha na rua Carlos de Souza Nazaré, a prefeitura não limpou nada. No local, havia comida e muito lixo espalhado.
"Isso aqui continua uma grande sujeira, e a limpeza, somente na promessa", disse.

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