São Paulo, quarta-feira, 15 de janeiro de 1997
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Nova paralisação deixa 42 mil sem ônibus

DA FT; DA REPORTAGEM LOCAL

A segunda paralisação consecutiva promovida pelo sindicato dos motoristas de ônibus São Paulo deixou ontem cerca de 42 mil pessoas sem ônibus pela manhã. O protesto ocorreu no terminal da praça da Bandeira (região central), das 7h às 9h.
Os motoristas impediram que cerca de 40 ônibus deixassem o terminal, segundo a SPTrans (São Paulo Transporte).
A SPTrans organizou desvios para que os ônibus partissem da praça 14 Bis, da entrada do túnel 9 de Julho e da praça Dom Gastão Liberal Pinto, antes de chegarem ao terminal.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrou cerca de 5,5 km de congestionamentos causados pela paralisação.
Os ônibus dos grevistas fecharam o corredor Santo Amaro-9 de Julho, por onde passam cerca de 200 ônibus nos horários de pico.
O objetivo da paralisação é pressionar as empresas a pagar a participação nos lucros do ano passado, calculada em R$ 600.
Alguns passageiros ficaram revoltados. "Tinha que quebrar tudo", dizia o eletricista Oséias de Freitas, 38. "Tenho que trabalhar."
A assessoria de imprensa da SPTrans informou que a empresa estuda processar o sindicato por perdas e danos.
Anteontem
Os motoristas de ônibus já haviam realizado uma manifestação anteontem. O sindicato da categoria parou o terminal do Parque D. Pedro, no centro da cidade.
Cerca de 60 mil pessoas ficaram sem transporte das 7h às 9h30, segundo a SPTrans.
Segundo o presidente do sindicato, José do Couto Filho, o Toré, cerca de 3.500 motoristas aderiram ao protesto. O trânsito na região ficou prejudicado com as filas duplas de ônibus nos corredores ao lado do terminal.
Segundo a CET, cerca de 300 ônibus estavam enfileirados na avenida do Estado. Foi registrado, às 7h25, trânsito lento em 3,2 quilômetros da Celso Garcia.
As empresas de ônibus dizem que não têm dinheiro para pagar os lucros aos motoristas.

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