São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 1997 |
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Presidente tem 53 votos para aprovar a emenda no Senado AUGUSTO GAZIR AUGUSTO GAZIR; DANIELA FALCÃO
Esse é o resultado do levantamento realizado pela Folha, que, nos últimos três dias, ouviu 79 dos 81 senadores. A diferença deste levantamento para o do Datafolha é que os senadores são identificados, não podendo ficar no anonimato como na pesquisa. Apesar do resultado favorável, ainda é cedo para o governo comemorar. O cronograma da votação, a eleição do presidente do Senado e exigências por alterações na emenda podem mudar os votos de alguns senadores. "Se perdermos a presidência com a interferência do governo, eu e o conjunto do PMDB vamos reavaliar nossa posição favorável à reeleição", disse Iris Rezende (GO), candidato do PMDB a presidente do Senado. O governo defende a candidatura de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), mas o apoio do PMDB é decisivo para FHC aprovar a reeleição no Senado. Pelo levantamento da Folha, o governo tem 13 votos no PMDB. Dois senadores do partido estão indecisos. Foram ouvidos 21 dos 22 senadores peemedebistas. Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB), favorável à reeleição, afirmou que muda de voto caso a emenda seja votada em plenário antes das eleições da Câmara e do Senado: "Condiciono meu voto à decisão da convenção do partido". O PSDB, partido de FHC, está fechado com a reeleição. Os 13 senadores tucanos disseram que votam a favor. No PFL, 19 dos 23 senadores apóiam o presidente. Consulta popular A maioria do Senado é a favor da consulta popular. Apóiam plebiscito ou referendo 41 senadores. Desses, 17 querem o plebiscito e 12 o referendo. Para outros 12 senadores, tanto faz a forma da consulta popular. Pedro Simon (PMDB-RS) é um dos que defendem a realização do plebiscito ou do referendo. Ele optou por não responder à consulta da Folha: "Só digo minha posição depois da consulta popular". Para Geraldo Melo (PSDB-RN), a consulta popular seria uma "covardia" do Congresso: "A responsabilidade é nossa". Governadores O levantamento da Folha mostrou que não é verdadeira a suposição de que a reeleição para governadores teria dificuldades para passar no Senado. Motivava a hipótese o fato de senadores estarem de olho nos governos estaduais. A reeleição para governadores tem o apoio de 51 senadores. Somente Lucídio Portella (PFL-PI) defende a reeleição para presidente e é contra para governador. Ernandes Amorim (sem partido-RO) é contra a reeleição para os atuais mandatários. Ele é um dos senadores que disputarão um governo estadual em 1998 e não quer a concorrência do atual governador, Valdir Raupp (PMDB). "Para presidente podemos discutir", afirmou o senador-candidato Amorim. Mudança Pelo menos cinco senadores ouvidos pela Folha condicionam seu voto favorável à reeleição de FHC a mudanças na emenda que hoje tramita na Câmara. "Só voto a favor se estiver prevista a consulta popular para os atuais governantes. Essa é uma decisão de meu partido e uma obrigação minha como presidente do PPB", disse o senador Esperidião Amin (SC). Os senadores Roberto Freire (PPS-PE) e Jefferson Peres (PSDB-AM) também querem a realização de plebiscito ou referendo para apoiar a emenda. "(A reeleição) é uma matéria tão polêmica e inovadora que seria melhor se o povo a referendasse", disse Peres. Caso diferente é o de Sebastião Rocha (PDT-AP). Ele é contra a emenda, mas disse que muda de posição se um plebiscito aprovar a reeleição para FHC. Desincompatibilização Outros senadores favoráveis à reeleição exigem que o presidente saia do cargo para concorrer, caso contrário votam contra à emenda. "Se a emenda for apresentada no plenário do Senado sem a desincompatibilização, eu voto contra tudo", afirmou Osmar Dias (sem partido-PR). No mesmo time de Dias estão os senadores Esperidião Amin, Jefferson Peres e Freitas Neto (PFL-PI). Texto Anterior: Veja a opinião dos senadores Próximo Texto: Projeto não prevê saída Índice |
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