São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 1997 |
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Tiros em sem-terra foram a curta distância
ABNOR GONDIM
O chefe da perícia do Instituto Médico Legal de Belém, Luiz Carlos Loureiro, que assinará o laudo, disse que os tiros devem ter sido disparados a meio metro. Os sem-terra mortos Antonio Ferreira Filho, 29, José Júlio Rodrigues da Silva, 36, e Antonio de Sousa Barros, 38, moravam em Ourilândia do Norte e não eram ligados ao sindicato dos trabalhadores rurais ou ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). As vítimas foram mortas com tiros de revólver 38 e de armas de caça do tipo espingarda calibre 12. Os disparos das armas de caça deixam um raio amplo de ferimentos se disparados à distância, disse o médico. Pólvora Os promotores Samir Dahas e Lucineide Cabral pediram aos legistas para examinar vestígios de pólvora nas mãos dos sem-terra. A finalidade seria saber se eles atiraram e se houve confronto com os seguranças da fazenda. O médico Luiz Carlos Loureiro disse que constará do laudo que esse exame não é suficientemente seguro para comprovar ou não se as vítimas dispararam. "Congressos de criminalística apontam que pode ser encontrada nas vítimas pólvora das armas dos autores do crime", disse ele. Segundo a polícia, não foi encontrada junto aos corpos dos mortos nenhuma arma de fogo, mas apenas terçados (espécie de faca) e facões. O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, disse ontem que o presidente Fernando Henrique Cardoso considerou "lamentável" a morte dos sem-terra. Mas afirmou que, apesar das mortes, o contexto desse conflito difere de outro, em que houve 19 mortes. "Naquele foi nítido o massacre de policiais sobre sem-terra. Nesse caso, o confronto foi entre invasores de uma fazenda e os seguranças dela", disse Amaral. Texto Anterior: Leilão de 20% da Comgás é contestado Próximo Texto: Conflitos pela terra no governo FHC Índice |
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