São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 1997
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Até dia 10, Bolsa recebe R$ 296 mi do exterior

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores estrangeiros entraram em 1997 mais firmes que nunca na compra de ações brasileiras. Até o dia 10, as remessas de dólares para a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) superaram as repatriações em R$ 296,3 milhões.
O volume representa cerca de 40% dos ingressos líquidos (fora as vendas) em dezembro, R$ 721,3 milhões. Até o dia 10, os estrangeiros enviaram R$ 1,5 bilhão à Bovespa e buscaram de volta R$ 1,2 bilhão. Em 96, a entrada foi de R$ 3,38 bilhões.
Os números mostram que os donos do capital externo na Bovespa -brasileiros, inclusive- estão ignorando o custo extra da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) sobre as ações brasileiras. A CPMF irá "morder" 0,2% dos dólares, quando entrarem ou deixarem ou país, a partir do próximo dia 23.
Mas muitos investidores também devem estar se antecipando para economizar o 0,2% da entrada e aproveitar a maré de alta do mercado local.
PMDB
É bom lembrar que, até o dia 10, nenhum investidor externo imaginava o estrago que a convenção do PMDB, no domingo, 12, iria provocar na tramitação da emenda da reeleição no Congresso Nacional.
Segundo operadores de mercado, a maioria dos administradores de investimento estrangeiro acredita que a reeleição irá passar em 97. O cronograma, porém, ficou mais longo com a resistência do PMDB à emenda e com a falta de votos do governo para aprová-la na Câmara dos Deputados.
CVM
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) divulgou ontem o resultado final do investimento estrangeiro no mercado em 96.
No ano passado, as remessas por meio dos fundos Anexo 4 (que aplicam em ações e em papéis de renda fixa) somaram US$ 22,9 bilhões. As saídas, US$ 19,3 bilhões. O saldo líquido ficou em US$ 3,6 bilhões, o maior desde 94, quando entraram R$ 3,7 bilhões.

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