São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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Capitão

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo tendo um alto percentual de faltas, o volante Capitão, 30, diz não ser desleal.
Diz que é apenas um atleta sobrecarregado pela sua função, que é destruir as jogadas do adversário.
Capitão foi o líder da Portuguesa no vice-campeonato brasileiro de 1996 -a melhor colocação da história da equipe no torneio-, recebendo apenas oito cartões amarelos em todo o torneio.
(AG)
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Folha - Na sua opinião, qual a razão de você ter um índice de faltas tão expressivo?
Capitão - Por causa da minha posição. Tudo sobra para o volante. Ele joga sobrecarregado, tem que destruir as jogadas do adversário e criar as do seu time.
Normalmente é o volante que tem que marcar o melhor jogador do time adversário, além dos outros que caem no seu setor.
Folha - Existem outros fatores?
Capitão - Também existia um problema com a Portuguesa. Muitos árbitros invertiam as faltas, prejudicando o nosso time. Isso mudou no ano passado, com a campanha da equipe no Brasileiro.
Folha - Você se considera um jogador violento?
Capitão - De maneira alguma. Os jogadores até me elegeram um dos mais leais do país. Raramente eu dou um carrinho, que é uma jogada perigosa.
No Brasileiro do ano passado, por exemplo, joguei 39 partidas e tomei poucos cartões amarelos. Se fosse violento teria sido expulso, mas não recebi nenhum cartão vermelho.
É só você pegar as estatística que verá que muitos jogadores foram expulsos mais de uma vez. Eu jogo duro, mas na bola.
Folha - O futebol está menos violento?
Capitão - Sim. Os juízes estão mais rigorosos e as regras mudaram para coibir a violência. Mas, muitos juízes são culpados pela violência em campo.
Folha - Por quê?
Capitão - Alguns apitam mal, deixando de marcar faltas. Aí, o jogador perde a cabeça e parte para o revide na próxima jogada.
Outras vezes, os juízes marcam faltas que nem existiram.
Folha - Que virtudes fazem um bom volante?
Capitão - Ele tem que ser muito ágil, dar bons passes e ter visão de jogo. Resumindo, precisa ser um jogador completo.
Na Portuguesa, faço muitos treinamentos específicos para melhorar o meu desempenho.
Treino cabeçadas, passes e procuro aprimorar a agilidade.

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