São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997 |
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Entidades farão vigília em frente a fórum
SERGIO TORRES
As entidades envolvidas na organização da vigília anunciam a participação de representantes de grupos de São Paulo e Paraná. Um grupo de mães paranaenses, cujos filhos desapareceram, também deverá acompanhar de perto o julgamento dos acusados da morte da atriz Daniella Perez. A presença de artistas na vigília e no julgamento está sendo anunciada pelos organizadores da campanha pró-condenação. Até a última sexta-feira nenhum ator ou atriz havia confirmado presença. A coordenadora da ONG (organização não-governamental) Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, Cristina Leonardo, relaciona os artistas que deverão ir ao fórum participar da vigília. Ela cita Guilherme Karam, Miguel Falabella, Eri Johnson, Marilu Bueno, Alexandre Frota, Paulo César Grande, Cláudia Mauro e Cláudia Abreu. Os fãs-clubes de Daniella Perez também estão mobilizados. A agremiação de Copacabana (zona sul do Rio) promete comparecer ao julgamento com um mínimo de 50 associados. Camisetas A presidente do fã-clube de Copacabana, Rosimar de Mello, disse que estão sendo confeccionadas camisas com a fotografia de Daniella Perez e a palavra "justiça" estampada. "Estamos nos organizando. Traremos cartazes e faixas contra a impunidade", afirmou ela. Integrante do grupo Mães da Cinelândia, Ana Lúcia Teixeira Lage, 26, conta que seu irmão Richardson sumiu há dois anos após sair de uma festa em Campo Grande (zona oeste do Rio). Ele tinha 16 anos. "Faço questão de ir ao julgamento. A Glória Perez nos ajudou muito na época da novela ("Explode Coração", exibida pela Rede Globo). Com a ajuda dela, foram localizadas 74 crianças desaparecidas. Um ampara o outro. Ela tem seu sofrimento. Nós temos o nosso", disse ela. Até a bateria da escola de samba Unidos do Cabuçu participará da vigília. Campanha antidemocrática As defesas acham que manifestações, panfletagens e vigílias podem contribuir para um pré-julgamento dos réus. "Essas campanhas são antidemocráticas", disse Carlos Eduardo Machado, advogado de Paula Thomaz. O advogado de Guilherme de Pádua, Paulo Ramalho, reclama que as manifestações criam na sociedade um clima desfavorável aos réus. "Justiça se decide no julgamento. Isso é uma irresponsabilidade. É manipulação da opinião pública", afirmou o advogado Paulo Ramalho. (ST) Texto Anterior: Saiba como aconteceu o crime Próximo Texto: Como será o julgamento Índice |
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