São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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Fazer drinque pode render R$ 2.000 ao mês

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

A atividade de "barman" (homem que prepara e serve bebidas) está em alta. A abertura de novos bares, restaurantes e hotéis aumenta o campo de trabalho do profissional e gera mais empregos.
Segundo Nilson Viana Cândido, 46, presidente da ABB (Associação Brasileira de Barman), cada novo hotel contrata entre 300 e 400 profissionais para os setores de alimentação e bebida.
"Muitas casas estão sendo abertas nas grandes cidades. Isso sem contar o crescimento no número de hotéis, especialmente no Nordeste. Isso, é claro, representa mais empregos para o 'barman"', diz Cândido.
As empresas que contratam esse profissional não costumam exigir escolaridade mínima.
Mas o mercado valoriza quem tem pelo menos o primeiro grau completo e curso de "barman".
Segundo o presidente da ABB, o profissional recebe em média R$ 900 por mês -valor que inclui salário mais eventuais gorjetas.
Mas um bom "barman" pode chegar a ganhar R$ 2.000 mensais -remuneração máxima.
O "barman" trabalha em bares, restaurantes, hotéis e complexos turísticos. O trabalho geralmente é noturno. Em hotéis, há quem trabalhe durante o dia, servindo no restaurante.
"O fato de trabalhar à noite é o inconveniente da profissão. Muda o fuso horário da pessoa", diz Derivan Ferreira de Souza, 41, "barman" e dono do restaurante Bistrô, em São Paulo.
Souza é ainda o coordenador do curso de aperfeiçoamento de "barman" do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial).
Segundo ele, mulheres ainda encontram dificuldade para trabalhar na área. "O mercado é mais aberto aos homens e poucas mulheres procuram a profissão."
Aquelas que conseguem um lugar nesse mundo são chamadas de "barwoman". Segundo Souza, o trabalho delas não é visto com preconceito.
A "barwoman" Vanilza Antônia da Silva, 26, afirma que ainda são poucas as mulheres que trabalham na área, porque o mercado não dá abertura. "Ainda há portas fechadas para mulheres que querem exercer essa função."
Há cinco anos na profissão, Vanilza trabalha no hotel Intercontinental, em São Paulo, das 12h40 às 21h. Recebe R$ 900 por mês.
Ela acredita que há mercado para quem quer atuar na área. "Há emprego, com certeza."
Ela diz que as mulheres fazem sucesso atrás de um balcão de bar. "Os clientes gostam." Há preconceito? "Já ouvi de um colega que lugar de mulher é na cozinha. Isso é duro, não é?" (CAS)

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