São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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Um torneio inovador

TELÊ SANTANA

Começou mais um Rio-São Paulo, um torneio que sempre reuniu as melhores equipes do país. É uma competição valiosa, principalmente porque apresenta os times, que, com seus jogadores, formarão a base da seleção brasileira.
Disputei com muito gosto algumas edições. O que mais me estimulava era a rivalidade saudável entre os dois Estados. E essa rivalidade persiste até hoje.
E, na minha opinião, não pode haver futebol sem rivalidade.
As regras inovadoras, limitando as faltas, também são elogiáveis. Havia uma necessidade de melhorar a disciplina no nosso futebol.
Todos os outros esportes mudam suas regras para evoluir. Não pode ser diferente com o futebol.
Pelo menos nesse torneio, o jogador vai pensar duas vezes antes de fazer uma falta. Hoje, ele comete a infração quase por instinto.
Como mais um estímulo para boas rivalidades, eu sugiro a reedição dos campeonatos entre seleções estaduais.
Era um sucesso na minha época de jogador.
*
Se o Rio-São Paulo é motivo de elogios, o Campeonato Estadual do Rio passou a semana sob a pecha do fracasso.
Inexplicavelmente, Botafogo, Fluminense e Flamengo ficaram de um lado, e o Vasco preferiu o outro.
Os clubes brasileiros, principalmente os grandes, precisam se unir para defender seus interesses, lutar por mudanças significativas.
Eu acho, até mesmo, que os dissidentes -Botafogo, Fluminense e Flamengo- têm razão em certos pontos.
O Campeonato Estadual, em todo o país, precisa ser mais curto, para o bem e a sobrevivência do futebol brasileiro.
Para que os clubes pequenos possam disputar de igual para igual os campeonatos com os grandes, eles precisam se reestruturar.
*
Amanhã, acontece a eleição que apontará o melhor jogador do mundo na temporada de 1996. O nosso Ronaldinho é um dos candidatos.
E, pelo que tem feito no futebol, ninguém merece mais que ele o prêmio.

E-mail: tele@wgserver.cyberland.com.br

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