São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997 |
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QUINTO POEMA DO PRIMEIRO LIVRO DOS 'AMORES'
OVÍDIO
À luz mortiça do crepúsculo, após Febo (1) sumir, Ou de antes de a noite ir-se sem que seja dia. A esta luz é que se hão de mostrar as jovens tímidas; Nela, o pudor medroso espera achar refúgio Eis que chega Corina numa túnica ligeira, Cobriam os cabelos seu alvo pescoço; Assim entrava pela alcova a formosa Semíramis (2), Diz-se, e Laís (3), a quem tantos homens amaram. Desvesti-lhe a túnica; de tão tênue, mal contava: Ela lutou, entanto, por cobrir-se com A túnica, mas sem nenhum empenho de vencer: Venceu-a, sem pesar, a sua traição. Ficou em pé, sem roupa alguma, diante dos meus olhos. Não havia, em seu corpo, um único defeito. Que ombros e que braços a mim foi dado ver, tocar! Os belos seios, que deleite comprimi-los! Que ventre mais polido logo debaixo do peito! As ancas, que primor! Que juvenil a coxa! Por que pormenorizar? Nada vi de não louvável! E a nudez lhe estreitei contra o meu próprio corpo. Quem não sabe o resto? Exaustos, repousamos depois. Que mais outros meios-dias prósperos me sejam! Texto Anterior: SÉTIMA ELEGIA DO LIVRO QUINTO DAS 'TRISTES' Próximo Texto: QUINTA EPÍSTOLA DO LIVRO PRIMEIRO DAS 'PÔNTICAS' Índice |
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