São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997
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Doente passa por calvário

DA REPORTAGEM LOCAL

"Descobriram que eu tinha a doença aos oito meses de idade e o médico disse à minha mãe que eu só viveria até os 13 anos. Hoje tenho 30. O desconhecimento médico do problema é grande. Um exemplo: tinha um amigo, também falcêmico, que chegou ao hospital com crises dolorosas fortíssimas. O médico receitou analgésicos. Como a dor não passava, ele pediu mais medicamentos. O médico disse, então, que ele era viciado em drogas e que queria mais remédios para ficar numa boa." (Marcus Antonio da Costa, funcionário do Unibanco afastado há seis anos)

"Problemas no cérebro me afastaram da escola, quando cursava a 7ª série. Embora tenha descoberto a doença aos 17 anos, tinha problemas sérios desde os 20 dias, como contava a minha mãe. Aos 14 anos me deram seis meses de vida. Tenho 32 e me considero um sobrevivente. Antes de começar a fazer o tratamento, tinha muitas crises de dor, inchaço nas juntas. Não acho que os médicos estão preparados para atender falcêmicos." (Nilson Nascimento Costa, cobrador aposentado por invalidez)

"Sou baiana e tenho 36 anos. Aos 9, médicos me disseram que deveria tirar o baço. Aos 10 vim para São Paulo e fui internada no Emílio Ribas com suspeita de hepatite. Aos 12, descobriram, no Hospital das Clínicas (SP), a doença e tive mesmo de retirar o baço. Com 13 anos, comecei a ter desgaste na cabeça do fêmur e por isso tenho um problema na perna. Já tive pneumonia 11 vezes e hoje controlo a doença com ácido fólico e hidroxiuréia." (Maria Rita de Souza Santos, babá aposentada por invalidez pelo INSS)

"Meu filho, Diego, 3, tem a doença. Passamos por muitos médicos até encontrar alguém que conhecesse o mal e pudesse tratá-lo. Com o tratamento, hoje a doença está bem controlada."(Raquel Amâncio dos Santos)

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