São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 1997 |
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A céu aberto
EDUARDO VIOTTI Peugeot 306 Cabriolet vem da França para fazer sonhar no verãoMesmo com chuva em volumes catastróficos, o verão é época de sonhar com carros conversíveis. Entre as raras opções, o Peugeot 306 Cabriolet 2.0 é das "menos caras". Vem da França por US$ 46 mil na versão 1.8 e US$ 54 mil na versão 2.0, mais luxuosa, avaliada pela Revista da Folha. O desenho, assinado pelo estúdio italiano de Sergio Pininfarina -responsável por algumas das mais importantes obras de arte sobre rodas como as Ferrari-, é o ponto alto. Se o modelo 306 da Peugeot já é bonito na versão sedã, é belíssimo na Cabriolet. O carro mantém a configuração três volumes, com o pequeno porta-malas destacado. Os faróis -típicos Peugeot, "os olhos de Sophia Loren", como dizem os franceses- dão a graça na frente, sobre o aerofólio que traz dois faróis de neblina embutidos. No centro da grade, o "leão do deserto", da marca. Outro destaque do conversível francês é a capota de acionamento elétrico, que facilita muito a operação. Ela fica escondida sob uma capa pintada na cor do carro, sem quebrar a harmonia das linhas. Operando, parece um robô, algo cibernético: braços se levantam, tampas abrem e fecham, soam campainhas. O carro tem ainda uma caracterização esportiva, com saias aerodinâmicas laterais, rodas de alumínio e freios a disco nas quatro rodas (com ABS). O acabamento da versão 2.0 é surpreendentemente bom, com detalhes em madeira no painel e console e bons tecidos na forração. O conforto é elevado para os passageiros da frente. No banco de trás, especialmente com a capota fechada, não cabem passageiros de maior porte. Os comandos (vidros, espelhos, trava) são todos elétricos e há regulagens no banco e no volante para que o motorista se acomode perfeitamente. O painel é bastante completo e de boa leitura, incluindo o ar-condicionado, de série. Como todo carro francês, esse conversível é gostoso de guiar, com câmbio justo, relações de marchas próximas e direção hidráulica precisa e rápida. A estabilidade, normalmente prejudicada em carros sem teto pela menor rigidez do chassi, é satisfatória no 306 Cabriolet. O eixo traseiro, fixado sobre suportes flexíveis, permite um ligeiro movimento de acomodação à curva. Esse movimento pode assustar no início, mas o motorista logo percebe que representa maior aderência. O motor, de 123 cavalos, tem força suficiente para uma direção agradável, sem grandes arroubos de esportividade pura. Acelerando até 100 Km/h em 10,8 segundos, o Cabriolet atinge 194 Km/h de velocidade máxima. Como não há nenhum carro conversível nacional em produção no momento, o 306 está praticamente sozinho em seu segmento, pois os outros conversíveis no mercado (Mercedes, BMW e Audi) são bem mais sofisticados e caros. Texto Anterior: Águas vão rolar Próximo Texto: o melhor da semana Índice |
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