São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 1997
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Escola usa o jazz como tema

DE NOVA YORK

Instalado ao norte da ilha de Manhattam, o bairro do Harlem foi um laboratório de música, irradiando jazz pelo mundo -esse laboratório ajuda hoje crianças a aprenderem em sala de aula.
Na fronteira do Harlem está a escola primária Manhattan School for Children (MSC), uma variação de escola independente. Os alunos mergulham na vida das estrelas musicais dos bairros, percorrem as ruas onde viveram e, depois, ouvem suas obras no teatro.
No final do ano passado, as crianças foram introduzidas a um dos gênios do jazz, o compositor e pianista Thelonius Monk; aprenderam o contexto social e econômico de suas criações e saborearam a criatividade de suas músicas.
No final, assistiram a um show de um conjunto que executava as obras, explicando suas sutilezas.
O jazz serve de agradável pretexto para estimular uma rede dos mais variados conhecimentos. "A arte não é uma atividade extra, mas essência em nosso currículo", afirma Susan Rappaport, diretora da escola.
Os alunos são estimulados a descobrir os encantos do balé contemporâneo -assim como da leitura, ciências, matemática ou linguagem do computador. "A escola deve ser um espaço de experimentação e não de absorção passiva de conhecimento", diz Susan.
A escola nasceu em 1992, depois que um grupo de pais da região resolveu tocar um projeto: montar uma escola e obter patrocínio da prefeitura. Não estavam satisfeitos com o nível das escolas públicas nem conseguiam manter os filhos num estabelecimento das redondezas, onde a mensalidade sai, em média, por US$ 1.300.
Apesar de ser empobrecida, é uma região onde está a Universidade de Columbia ou o Bank Street College, uma das melhores escolas de pedagogia americanas.
A prefeitura aceitou a proposta e emprestou um andar num prédio escolar. Pais e professores montaram um currículo baseado numa visão humanística da educação. Apostaram na idéia da experimentação e da integração das matérias.
Foram obtidos recursos de fundações interessadas em criar projetos-modelo e firmados convênios com universidades para desenvolvimento de programas. Há três computadores em cada classe.
O resultado é que MSC, onde 60% dos alunos são considerados pobres, mostrou desempenho melhor do que a maioria das escolas públicas de Nova York.

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