São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 1997
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Quando o corpo cai, a adrenalina sobe

FABIANO ACCORSI
REPÓRTER-FOTOGRÁFICO

Após subir na grua, espero ansioso, sentado num banquinho, o momento de pular. Os instrutores tentam me relaxar. "Olha só o visu da cidade", dizem. É em vão, pois ao sentir os 56 metros, meu coração bate forte e a vontade de desistir é grande. Porém, a frustração em descer sem pular seria maior.
Olho a câmera e vem a coragem decisiva. Caminho lentamente até a beirada. Não há tempo para pensar. Estendo os braços para o alto. Metade dos pés estão para fora. "Estou com medo", disse.
Os instrutores respondem em coro "chora não, chora não", e me soltam. "Uhhhhh, ahhhhh!". São gritos de medo e de liberdade com a queda livre que dura quatro segundos de adrenalina pura. Nervos à flor da pele, meus olhos parecem sair do rosto, mas é compensado pela emoção incomparável.
Com as fisgadas da corda elástica me sinto num ioiô. A semelhança com um cordão umbilical me deixa um pouco seguro.

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