São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 1997 |
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Instituto funda indústria cultural
PAULO MOTA
A estrela do projeto cultural do governo estadual é o Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Audiovisual, um mix de escola profissionalizante e universidade, que, no segundo semestre de 96, ofereceu 3.140 vagas em 156 cursos nas áreas de cinema, vídeo, fotografia, design, teatro e artesanato. A iniciativa tem apoio do Ministério do Trabalho. O investimento inicial foi de R$ 1,1 milhão. Para 1997, o instituto conta com orçamento de R$ 4 milhões. Os recursos são oriundos do Fundo de Apoio ao Trabalhador, que pela primeira vez financia o treinamento de mão-de-obra no setor cultural. O secretário de Cultura do Ceará, Paulo Linhares, diz que o governo cearense resolveu investir no instituto, porque entende que a indústria de serviços culturais é um dos vetores da estratégia de desenvolvimento econômico do Estado. Linhares cita como exemplo de "profissionalismo", a Lei Jereissati de Incentivo à Cultura, que oferece benefícios fiscais às empresas que realizarem investimentos culturais no Ceará. Por meio da lei, a empresa pode conseguir desconto de até 2% no Imposto de Renda. "O Instituto Dragão do Mar é o pilar que forma a mão-de-obra especializada, a Lei Jereissati viabiliza a produção e o mercado se encarrega da difusão", diz Linhares. Estrutura O diretor executivo do instituto, Maurício Capovilla, diz que a estrutura do Dragão do Mar é baseada em duas áreas de estudos em dramaturgia e design, que são auxiliadas por cinco centros de formação profissionalizante. "As duas áreas refletem o esforço de formar profissionais para o pólo audiovisual e oferecer novos referenciais de design para o artesanato e setor industrial do Ceará", diz Capovilla. Dirigida pelo cineasta e escritor Orlando Sena, a área de dramaturgia oferece um curso de nível universitário, com duração de dois anos, que visa capacitar escritores e roteiristas para cinema, TV, rádio e publicidade. Como suporte dessa área, o instituto promove cursos de formação de figurinistas, cinegrafistas, iluminadores, fotógrafos e atores. As inscrições são gratuitas e a triagem dos alunos é feita por uma comissão de seleção. A coordenadora dos Centros de Estudos do instituto, Beth Jaguaribe, diz que parte dos cursos ofertados acontecem de forma itinerante em 19 municípios do Estado. Segundo Jaguaribe, o aluno formado pelo instituto pode ter acesso a uma linha de crédito, que varia de R$ 5 mil a R$ 200 mil, para que possa montar um negócio na área em que se profissionalizou. Entre os professores que já deram cursos no instituto estão o escritor João Ubaldo Ribeiro, o cineasta Ruy Guerra, o diretor teatral Aderbal Freire Filho, o escritor de novelas Lauro César Muniz e o roteirista Doc Comparato. Texto Anterior: Arquette tem dois papéis Próximo Texto: Pólo de cinema é prioridade Índice |
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