São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 1997
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Reeleição e jazida emperram privatização

VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As articulações em torno da emenda da reeleição e as dificuldades para a fixação do preço mínimo após a descoberta de novas jazidas de ouro e cobre são os motivos alegados para o atraso no cronograma da Vale do Rio Doce, segundo apurou a Folha.
A estratégia do governo prevê evitar medidas que criem polêmicas no Congresso enquanto a reeleição estiver em tramitação. Nessa lista, pode entrar também a solução para o Bamerindus.
Pelo que o governo anunciou no ano passado, o controle acionário da Vale deveria ser vendido em fevereiro. Haveria ainda outros dois leilões das ações restantes.
É a principal privatização marcada para o ano, com arrecadação prevista em R$ 5 bilhões. Trata-se, porém, de assunto polêmico no Congresso. Sofre oposição do presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP).
Área econômica
A possibilidade de adiamento do leilão da Vale já é mencionada pela área econômica do governo.
Segundo o ministro Antonio Kandir (Planejamento), o leilão da estatal poderá ficar para abril se aumentar o número de empresas interessadas na compra da estatal.
Kandir disse, porém, que ainda não há motivos para alterar o cronograma da venda da empresa. Ou seja, o edital deve ser aprovado no próximo dia 29 em reunião do CND (Conselho Nacional de Desestatização).
Segundo Kandir, será muito difícil o governo ter novas informações que possam alterar o preço mínimo da empresa até o fim do ano. Mesmo assim, o governo terá participação em descobertas após a privatização.
Para ele, as novas descobertas reforçam a necessidade da empresa ser vendida porque serão necessários novos investimentos para explorar essas descobertas.
"Isso será positivo para o país", afirmou Kandir.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, disse ontem que as descobertas de novas jazidas de ouro e cobre ainda não são motivos para mudar o cronograma.

(Colaborou Vivaldo de Sousa, da Sucursal de Brasília)

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