São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 1997 |
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Só Guilherme de Pádua será julgado hoje
SERGIO TORRES
Previsto para começar às 13h, o julgamento ocorrerá no emprestado plenário do 1º Tribunal do Júri do Rio. O plenário do 2º Tribunal foi considerado pequeno pelo juiz José Geraldo Antônio. Pádua será julgado sob a acusação de homicídio duplamente qualificado, cometido de maneira torpe e de forma a impedir qualquer possibilidade de defesa. A pena vai de 12 a 30 anos de prisão. Se Pádua for condenado à pena mínima, poderá ser libertado ainda este ano, por já ter cumprido um terço do período. A previsão no fórum é que o julgamento de Pádua termine amanhã à noite. O julgamento esteve ameaçado de não acontecer. O advogado de Pádua, Paulo Ramalho, anunciou que não compareceria ao tribunal caso o juiz não retirasse do processo documentos anexados há uma semana pela promotoria. No fim da tarde, veio a confirmação do julgamento. O juiz atendeu Ramalho, ignorando a opinião dos promotores Maurício Assayag e José Muiños Piñeiro Filho, que queriam manter os documentos. Antes de decidir apoiar o pedido de Ramalho, o juiz participou de pelo menos três reuniões. A primeira reunião durou 20 minutos. Nela, Antônio ouviu de Ramalho as argumentações favoráveis à retirada dos documentos. O advogado entregou ao juiz petição em que anunciava a intenção de faltar ao julgamento. Após a saída de Ramalho, reuniram-se com Antônio o assistente de acusação, Arthur Lavigne, e os promotores. Os três defenderam a validade dos documentos, anexados dentro do prazo legal. Os documentos contestados pela defesa de Pádua são um texto do químico Aloysio Márcio Bittencourt sobre a capacidade do querosene de remover manchas de sangue e declarações da indústria Gessy Lever e do posto Nova Ipanema sobre produtos de limpeza. Ramalho argumentou que teria direito a requerer laudos contestando os documentos da acusação. A terceira reunião de Antônio foi com o advogado de Paula Thomaz, Carlos Eduardo Machado. O advogado apoiou Ramalho e anunciou que Paula não será julgada hoje. "A acusação me comunicou no dia 10 de janeiro que só o Guilherme seria julgado. Isso não pode mudar. A defesa dela não se preparou para o julgamento por ter sido avisada de que ele não ocorreria", afirmou Machado. O juiz não quis receber um grupo de militantes que exigiam a realização do julgamento. LEIA MAIS sobre o julgamento às págs. 4 e 5 Próximo Texto: Para entender o caso Índice |
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