São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997
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Presidente do BNDES quer governo em áreas sociais

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, o valor da Vale pode chegar a entre US$ 11 bilhões e US$ 12 bilhões se forem utilizadas as Bolsas de Valores como indicador para a fixação do preço de venda.
Ele frisou, na segunda-feira, que a empresa tem a vantagem de ter ações negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo, Rio de Janeiro e Nova York.
Mendonça de Barros refutou o argumento da oposição, segundo o qual a Vale não deve ser privatizada devido ao seu papel de agente do desenvolvimento nacional.
Ele disse que o governo entende que o desenvolvimento nacional, nessa virada de século se fará por outros instrumentos.
Citando o exemplo de países que têm apresentado grandes taxas de crescimento, Barros disse que o problema do desenvolvimento hoje é uma questão muito mais de renda, de saúde e de educação.
"Temos que redefinir as prioridades da nossa agenda para atacar esses pontos", afirmou.
Para o governo, disse, a agenda que deve ser apresentada ao país nessa virada de século prioriza a intervenção estatal na estabilidade da moeda e em áreas sociais, como educação, saúde e transportes.
Grande mal
Mendonça de Barros disse que o governo quer livrar a Vale não só das amarras administrativas do Estado, mas sobretudo daquilo que qualificou como "o grande mal da estatal brasileira", que é a falta de recursos de seu acionista controlador, o Tesouro, para bancar os investimentos necessários para que a empresa se viabilize.
Ele disse que a Vale não dá prejuízo ao Estado. Afirmou, porém, que essa não é a questão central.
A Vale, disse, é conhecida no mundo hoje como a empresa que tem a melhor infra-estrutura.
Entretanto, não tem capital para desenvolver a exploração e a pesquisa mineral.
Mendonça de Barros disse ainda que os investimentos nos últimos anos foram feitos por meio de uma "gambiarra". "A Vale funcionou esses anos com uma 'gambiarra' chamada BNDES, que passou a ser o parceiro de risco da empresa."

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