São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997
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AL quer reduzir analfabetismo para 11%

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Paulo Renato Souza (Educação) participou ontem em Brasília de reunião preparatória para a Conferência Internacional de Educação de Adultos, que acontecerá entre 14 e 18 de julho, em Hamburgo (Alemanha).
Representantes de outros 20 países da América Latina e do Caribe também estão participando da reunião que acontece até amanhã.
O documento que será assinado amanhã pelos participantes da reunião prevê que, nos próximos quatro anos, a América Latina reduza sua taxa de analfabetismo para 11% da população adulta -o que equivale a 39,3 milhões de pessoas.
Paulo Renato afirmou ontem que o país já está trabalhando para reduzir o número de analfabetos. Sua expectativa é que nos próximos seis anos a taxa de analfabetismo caia para menos de 10%.
Ranking
O analfabetismo absoluto na América Latina caiu de 34% da população adulta em 1960 para 16% em 1987.
Em 1980, havia 44,3 milhões de analfabetos na América Latina. Em 1990, o número de adultos que não sabiam ler nem escrever caiu para 42,8 milhões.
Guatemala, El Salvador e Honduras lideram o ranking de analfabetismo entre os países da América Latina e Caribe. Mais de 28% da população adulta desses três países não sabe ler nem escrever.
Em situação oposta estão Guiana (2,7% de analfabetos), Uruguai (3%), Argentina (4%), Cuba (4,8%) e Costa Rica (5,5%).
Evasão e repetência
A média latino-americana de repetência nos seis primeiros anos de escola chega a 30% do total de alunos matriculados.
Isso significa que, a cada ano, cerca de 20 milhões de alunos são reprovados. Eles custam aos países da região US$ 2,5 bilhões por ano -quase um terço do gasto público com educação fundamental na América Latina, que é de US$ 7,5 bilhões.
Baixa qualidade
Segundo o documento que será assinado amanhã, os altos índices de repetência e de evasão são os principais indicadores da baixa qualidade do ensino na América Latina.
O documento aponta que o ensino ruim é resultado do crescimento do número de alunos matriculados ao longo da década de 80, ao mesmo tempo em que ocorreu "drástica queda no gasto público com educação em relação ao PIB".
O aumento no número de alunos e a redução nos gastos com educação resultaram em queda nos salários dos professores e corte de verbas para investigação de novos métodos educativos, o que resultou na queda da qualidade do ensino ministrado.

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