São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997
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FIF de 60 dias e poupança atraem recursos

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A poupança e o FIF de 60 dias foram as aplicações preferidas nos dias que antecederam o início da cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). O CDB prefixado foi o investimento com maior retirada.
Os dados mais recentes do Banco Central mostram também que os aplicadores adiaram para a última hora a retirada de recursos do FIF (Fundo de Investimento Financeiro) de curto prazo. Com o novo imposto, esse tipo de aplicação passa a ter "rendimento negativo", na maior parte dos casos.
No período, o FIF de 30 dias registrou uma captação menor que o de 60 dias. Isso ocorreu porque o rendimento no FIF de 30 dias é menor, pois essa aplicação é obrigada a recolher parte dos saldos ao BC. A aplicação de 60 dias está isenta da obrigação.
A caderneta de poupança registrou captação líquida positiva de R$ 6,815 bilhões, do início de dezembro ao dia 16 de janeiro. O saldo total passou de R$ 67,603 bilhões para R$ 74,418 bilhões.
Boa parte do dinheiro que ingressou na poupança e no FIF de 60 dias saiu do CDB (Certificado de Depósito Bancário) prefixado.
A CPMF cobrada nessa aplicação será maior do que nas outras. Será cobrado o tributo sempre que o investidor for renová-la, pois o dinheiro deve passar pela conta corrente.
Esse "pedágio" mensal não é cobrado dos FIFs, que são renovados automaticamente, sem os recursos passarem pela conta corrente.
Os saques no CDB prefixado superaram os depósitos em R$ 9,327 bilhões, entre 2 de dezembro e 16 de janeiro. O saldo total dessa aplicação caiu de R$ 87,120 bilhões para R$ 77,793 bilhões.
Aparentemente, os aplicadores adiaram para a última hora o resgate dos recursos no FIF de curto prazo.
Em dezembro, essa aplicação chegou até mesmo a ter um crescimento de R$ 1,21 bilhão.
A tendência é que, com o início da cobrança da CPMF a partir das 20h de ontem (nos caixas eletrônicos), o saldo da aplicação seja reduzido.
Estudo do BC revela que, mesmo antes de a CPMF entrar em vigor, alguns fundos de curto prazo estavam registrando rendimentos negativos. Isto é, o aplicador pagava para deixar o dinheiro neles.

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