São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997
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Restaurantes substituem importados

FERNANDO OLIVA
DA REDAÇÃO

Assim como os livros e discos, o Siscomex também complicou a vida de quem importa alimentos. A maioria dos produtos, principalmente os perecíveis, nem chegam a sair dos países de origem. Precavidos, os restaurantes já começam a procurar os similares nacionais.
Michel Tenard, proprietário do Le Bistingo, costuma trazer do Chile o salmão que usa nos pratos do restaurante. Antes da implantação do programa (no dia 1º), ele conseguia o produto de um dia para o outro. O Siscomex aumentou o prazo para quatro dias.
"O sistema é bom, mas precisa funcionar. A Receita Federal devia criar uma medida de emergência para liberar alguns importados", sugere Piva. "Estamos pagando o preço da implantação."
Maria do Carmo Brotero, da East Pacific, importa para casas famosas de São Paulo -como Roanne, Don Curro e Laurent-, além de toda a rede de supermercados Pão de Açúcar e cerca de 200 restaurantes em sete capitais do país.
Maria do Carmo diz que vem perdendo clientes desde o início das complicações na alfândega. "Alguns restaurantes estão indo ao Mercado Municipal (São Paulo) e começaram trocar os importados por produtos nacionais."
Por conta da incerteza quanto à liberação, ela desistiu de duas toneladas e meia de salmão que viriam do Chile. "Fui obrigada a cancelar o pedido para o salmão não ficar apodrecendo no aeroporto de Cumbica", afirma. "Se o Siscomex funcionasse, teríamos um sistema de Primeiro Mundo."
Fasano e La Tambouille estão entre os restaurantes que devem estar torcendo para o Siscomex funcionar. A Polomar, que importa pescados para as duas casas, está recebendo gêneros alimentícios com atraso de quase 24 horas.

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