São Paulo, quinta-feira, 23 de janeiro de 1997 |
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Entornou na Câmara
FERNANDO RODRIGUES Brasília - Agora é a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados que entorna o caldo da reeleição.Um candidato que todos consideravam inviável, Prisco Viana (PPB-BA), surgiu do nada ontem e passou a ameaçar o candidato oficial, Michel Temer (PMDB-SP). Há chances reais de os 51 votos do PT serem descarregados em Prisco. A deputada Sandra Starling (PT-MG), até ontem a líder do partido na Câmara, declarou abertamente o voto no pepebista. "Vou defender que o partido feche questão. Mas isso é uma decisão da bancada", disse Starling. Essa injeção de adrenalina na candidatura de Prisco Viana representa um duro golpe nas campanhas de seus dois adversários até o momento, os deputados Michel Temer e Wilson Campos (PSDB-PE). No caso de Michel Temer, ele sofre pelo fato de ser o candidato oficial de uma gestão que fracassou em conquistar a simpatia do baixo clero. O atual presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), é hoje um dos mais odiados pela massa dos 513 parlamentares da Câmara. E Temer é visto pelo baixo clero como a continuidade de Luís Eduardo. Já Wilson Campos é uma candidatura de protesto. Uma espécie de Macaco Tião da eleição da Câmara -sem querer ofender o deputado, sempre muito gentil e profissional quando em contato com esta coluna. Campos estava sendo o único nome viável a uma suposta quebra do monopólio do governo dentro da Câmara. Agora, com a possível viabilização de Prisco Viana, muitos eleitores potenciais de Wilson Campos vão descarregar seus votos no pepebista. A conclusão disso tudo é que um malufista (Prisco Viana) tem hoje chances de presidir a Câmara dos Deputados. A candidatura oficial de Temer está abalada. E o governo, que já não conseguia energia para garantir a votação da reeleição na semana que vem, agora terá de contornar mais essa enorme pedra no caminho. Texto Anterior: Brasília é uma grande horta Próximo Texto: Passamos do ponto Índice |
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