São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997 |
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Local é revelado na última hora
MARILENE FELINTO
Organizados em cerca de três ônibus, dois caminhões e duas dezenas de automóveis particulares fora de linha (havia Brasílias, Belinas, Fiats 147 e Del Reys em maioria), grupos de sem-terra amoitavam-se, com faróis apagados e em silêncio, em pontos estratégicos dos arredores de Prudente. Todos aguardavam a passagem do carro da liderança com o "sinal" para prosseguir. Ninguém, além dos coordenadores, sabia o local da ocupação até aquele momento. Dado o sinal, os carros saíram em comboio. O trajeto incluía atravessar as cidades de Presidente Prudente, Montalvão, Floresta do Sul e Eneida, até chegar à fazenda São Luís. Eram 5h55 quando os veículos mais lentos chegaram ao local do acampamento, sob aplausos e o hastear das bandeiras do MST. Poucos minutos depois do desembarque, começaram a ser erguidos os barracos de bambu e plástico preto característicos. "Se não houver água por perto, a gente fura um poço", disse Vicente Mendonça de Lima, 59. "Basta cavar com escavadeira, de uns quatro a seis metros de profundidade". Lima é uma espécie de sem-terra por opção, que está em sua quarta ocupação e é pai de dois filhos universitários em São Paulo. (MF) Texto Anterior: Invasor diz estar vingado Próximo Texto: Sem-terra bloqueiam BR-116 no Ceará Índice |
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