São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997
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Falta de informação de parentes causa angústia

DO ENVIADO ESPECIAL

O clima na cidade de Eldorado ontem era de apreensão e angústia porque muitas pessoas que ficaram na parte seca da cidade não tinham informação sobre seus parentes e amigos ilhados.
Kátia Regina Almeida, 21, estava, no início da noite de ontem, havia 30 horas sem notícias de seu marido, Rodrigo Almeida.
"A gente mora na roça. Na manhã de ontem, meu marido, eu e meu filho de um mês viemos para a cidade fugindo da enchente, mas Rodrigo achou melhor voltar para nossa casa, a 30 km daqui, para tomar conta das coisas."
Desde então, a água subiu cerca de seis metros. "Não sei se ele está vivo", disse Kátia, que, chorando, pedia ao prefeito, ao responsável pela Defesa Civil e aos guardas florestais envolvidos no resgate que tentassem salvar seu marido.
O encarregado de serviços bancários João Batista Cabral, 36, perdeu a casa de dois dormitórios, com freezer, geladeira, fogão, duas TVs, aparelho de som e microondas, coberta pelas águas por volta das 15h. "A água subiu uns 50 cm em uma hora. Saí de carro com a mulher e os filhos e, quando voltei, não deu para salvar nada."

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