São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997
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Manifestantes não aparecem

CRISTINA RIGITANO
DA SUCURSAL DO RIO

Artistas, ativistas e cidadãos desistiram de se manifestar na porta do 1º Tribunal do Júri. Ontem de manhã -segundo dia de julgamento do caso Daniella Perez- apenas os ambulantes protestavam. Contra a queda nas vendas.
"Ontem à tarde, eu vendi duas caixas de refrigerante. Hoje, cheguei cedo, às 8h30, e só vendi essas duas garrafas de água. O movimento está fraquíssimo. É uma pena, eu já estava contando com esse dinheiro para pagar as despesas", disse Ana Ildes, 45, que vende bebidas "somente nos dias de eventos".
Durante os dias de julgamento, ela vai "unir o útil ao agradável".
"Estou aqui para trabalhar e para acompanhar o caso. De que lado estou? Ora, sou mãe, tenho quatro filhos... Deve ter sido os dois (Paula Thomaz e Guilherme de Pádua) e eles têm mais é que ir para a cadeia", afirmou.
Por volta de 8h30, a dona-de-casa Marilena Lima de Souza, 45, integrante do grupo Mães de Acari, esteve na porta do Tribunal. Mas a vigília solitária não durou mais de meia hora, e a mulher foi embora. Marilena é mãe de Rosana de Souza Santos, desaparecida desde 90, quando tinha 18 anos.
"Pedimos justiça. Nós, Mães de Acari, vivemos a luta da sociedade. Daqui a um tempo, estaremos no lugar da Glória Perez (mãe da vítima), no julgamento dos responsáveis pelo desaparecimento de nossos filhos" disse Marilena.
Até as 12h, apenas 90 senhas para acompanhar o julgamento tinham sido distribuídas. No primeiro dia, 200 senhas foram entregues logo de manhã.
(CR)

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