São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997 |
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Audiência do 'Jornal Nacional' é a menor dos últimos 4 anos
DANIEL CASTRO; ELAINE GUERINI; MARIANA SCALZO
Em 1993, o telejornal tinha média de audiência de 48 pontos (cerca de 3,8 milhões de telespectadores na Grande São Paulo). Fechou o ano passado, com média de 42 pontos (cerca de 3,3 milhões de espectadores). Uma queda de 12,5%, em quatro anos. Neste mês, a audiência despencou ainda mais. Em nenhuma edição de janeiro, o "JN" conseguiu ultrapassar a casa dos 40 pontos de média. Pior, teve de amargar índices como o de 30 pontos, registrado no último dia 16. A queda parece mais vertiginosa quando comparada com a média do jornalístico em janeiro de 1993. Quando obteve 49 pontos de média com a apresentação do caso Daniella Perez. Em fevereiro de 93, ainda explorando o assassinato da atriz, o telejornal alcançou sua maior média mensal dos últimos quatro anos: 55 pontos. Anteontem, durante a cobertura do julgamento de Guilherme de Pádua -acusado de ter matado Daniella, seu par romântico na novela "De Corpo e Alma"- o "JN" alcançou pico de audiência de 40 pontos. Causas As possíveis explicações para o declínio seriam quatro: a mudança de apresentadores (em abril Lillian Witte Fibe e Willian Bonner substituíram Cid Moreira e Sérgio Chapelin), o período das férias, o horário de verão e a redução de público das novelas das seis e das sete -"Salsa e Merengue", por exemplo, tem alcançado médias de 32 pontos, enquanto em maio de 94, "A Viagem" entregava ao "JN" uma média de 52 pontos. "A queda é atípica. Estamos sempre empenhados em produzir o melhor jornalismo: ético, ágil, isento e independente", diz Evandro Carlos de Andrade, diretor da Central Globo de Jornalismo. Segundo ele, o "Jornal Nacional" ficou mais "jornalístico" com as mudanças implementadas no primeiro semestre do ano passado -quando jornalistas passaram a acumular as funções de apresentadores e editores do programa. Sem mudanças O diretor nega os boatos de que a Rede Globo trocaria novamente os apresentadores de seus principais jornais -"JN", "Jornal Hoje" e "Jornal da Globo". Para Paulo Henrique Amorim, ex-correspondente do telejornal que está prestes a assumir a função de âncora no novo jornal da Rede Bandeirantes, a crise deve ser momentânea. "O 'Jornal Nacional' é um jornal sério feito por profissionais competentes. Tenho certeza de que há dedicação e talento para fazer com que volte a ser o que sempre foi. Estão ali grandes jornalistas brasileiros", diz Amorim. "A audiência e o faturamento deles são invejáveis. Quem me dera ter isso no 'Jornal da Band"', completa. Segundo Daina Ruttul Godinho, 46, diretora de Mídia da agência de publicidade DPZ, o telejornal ainda é sinônimo de rentabilidade para os anunciantes. "O programa continua sendo uma das melhores opções. A queda de audiência nessa época do ano é normal." Dados fornecidos pela agência demonstram que a Globo perdeu audiência no geral nos últimos anos. A média da emissora em 1993, no período das 18h à 0h, era de 41%, em São Paulo. No ano passado, o número caiu para 35%. "Com o crescimento da TV paga, a Globo foi a emissora que mais perdeu audiência. Isso também aconteceu em outros países. A evolução no setor fez com que os canais líderes registrassem índices mais baixos", afirma a diretora. (DANIEL CASTRO, ELAINE GUERINI e MARIANA SCALZO) Próximo Texto: Novela mexicana prende público Índice |
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