São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997 |
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Brasileiros chegam ao Reino Unido Livros contemporâneos são traduzidos LUCIA MARTINS
Três editoras britânicas -a Bloomsbury, a Boulevard Books e a Picador- começam em abril uma série de lançamentos que inclui romances recentes ("Benjamin", de Chico Buarque, por exemplo) e clássicos como "Os Sertões", de Euclides da Cunha. Em média, os livros vão custar cerca de 8 libras (R$ 13). O mais caro será o épico de Euclides da Cunha, que será vendido por 16 libras (R$ 27). O Festival de Literatura Brasileira, como é chamado o projeto, deverá ser aberto com palestras e noites de autógrafos com alguns dos autores. As editoras estão tentando trazer para o lançamento, em Londres, Chico Buarque, Rubem Fonseca, Patricia Melo e João Gilberto Noll. Os livros terão uma tiragem de cerca de 2.500 exemplares cada um. A Boulevard só definiu os dois primeiros ("Hotel Atlântico" e "Diário Íntimo"), mas pretende lançar até o ano que vem mais oito títulos. Entre os autores já escolhidos pela editora estão Guimarães Rosa, Moacyr Scliar, Ana Maria Machado, Raduan Nassar, Sérgio Sant'Anna e Marques Rebelo. Mas ainda falta fechar acordos sobre os títulos. Segundo Ray Keenoy, diretor da Boulevard, a principal dificuldade de lançar traduções de brasileiros é o "grande desconhecimento dos autores no Reino Unido". "Como muitos deles nunca foram traduzidos aqui, eles são completamente desconhecidos pelo público, o que dificulta ainda mais a aceitação." Keenoy disse que publica os livros porque há poucas fontes de referência do Brasil contemporâneo no Reino Unido. "As pessoas ficam pensando que só há Jorge Amado. Por isso, é bom que existam livros de autores de lugares diferentes, das grandes cidades, da Amazônia etc. E assim podemos ter uma idéia melhor do que é o cotidiano do Brasil." Os lançamentos são resultado de uma parceria entre as editoras e o governo brasileiro. A Embaixada do Brasil em Londres está desenvolvendo um projeto para tentar fazer um catálogo dos livros brasileiros já traduzidos na Europa. A idéia seria usar esse catálogo em uma megacampanha junto às editoras britânicas para estimular a tradução de títulos "virgens". "O projeto tem que ser aprovado pelo governo, mas acreditamos que será", diz o responsável pela área cultural da embaixada, Ademar da Cruz. Texto Anterior: Paris ganha museus de música e moda Próximo Texto: Museu que expôs 'Evita' fala em retratação Índice |
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