São Paulo, sexta-feira, 24 de janeiro de 1997
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Mostra "Casas da Alma" revisita a Antiguidade

VANDER LEMES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O nome da exposição "Casas da Alma" provém do jargão arqueológico, pois assim se chamaram as miniaturas arquitetônicas encontradas nas tumbas egípcias e depositadas como abrigo para a alma do cadáver.
A mostra é estruturada em quatro seções distintas: Egito, Mesopotâmia, Grécia/Creta e Etrúria/Roma.
O conjunto conduz a uma visita ao imaginário arquitetônico da Antiguidade.
A arquitetura era então função divina, reservada exclusivamente a magos, sacerdotes e faraós.
As tipologias das maquetes apresentadas variam desde cabanas e casas simples até monumentos e templos, cuja função frequentemente pouco tinha a ver com o uso contemporâneo da maquete.
Aquelas não se limitavam só ao planejamento arquitetônico, possuindo um significado mais amplo enquanto objetos de adoração ou objetos votivos de culto a deuses ou ancestrais.
As atitudes gráficas e formais expostas revelam, via relação suporte de representação/material construtivo, algo da dimensão espiritual e temporal de cada grande cultura antiga.
Percebe-se a aspiração dos egípcios por se conservarem eternos, o anseio dos babilônios de alcançar o céu, a vontade dos gregos de florescer e buscar o belo, o ímpeto dos romanos de conquistar e edificar o mundo.
Além de maquetes e planos, uma sequência de audiovisuais completa o entendimento da rica liberdade mental que os antigos demonstravam ao imaginar e materializar sua arquitetura.
Na coletânea pode-se ver a mais antiga maquete verdadeiramente construtiva conhecida: o modelo em pedra calcária usado na construção do templo romano de Niha, Séc. 2 d.C., cujas ruínas se encontram no Líbano.
(VL)

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