São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
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ACM diz a Lula que quer limitar MPs

Candidato a presidente do Senado corteja o PT

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse ao líder histórico do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que será um presidente do Senado, se eleito, tão independente que vai limitar os poderes do Executivo de legislar por meio de MPs (medidas provisórias).
A declaração foi feita durante o encontro entre ACM e Lula, realizado na casa do advogado Márcio Thomaz Bastos, a pedido do senador. O encontro fora mantido em sigilo até esta semana, quando detalhes da conversa começaram a vazar.
Pelo que a Folha pôde apurar, a reunião serviu acima de tudo para ACM fazer propaganda, junto ao PT, de sua candidatura à presidência do Senado, posto que disputa com Iris Rezende (PMDB-GO).
O comando do PFL garante que a vitória de ACM está assegurada, mas o simples fato de o senador baiano ter procurado "quebrar o gelo" com o PT, como ele mesmo diz, sinaliza o contrário.
Depois da reunião e também como consequência da cordialidade com que se tratam ACM e a senadora Benedita da Silva (PT-RJ), líderes governistas passaram a vender a versão de que Benedita e outros petistas votariam em ACM.
O PT sentiu-se obrigado a fechar questão no sentido contrário: seus cinco senadores votarão em Iris Rezende.
"Como a Benedita poderia se apresentar ao seu eleitorado, no Rio, depois de ter votado no ACM?", pergunta o deputado José Genoino (PT-SP).
Não foi só o PT que fechou questão. O bloco de esquerda no Senado tomou idêntica posição, o que leva 11 votos para Iris (os 5 do PT, 3 do PDT, 2 do PSB e 1 do PPS).
Os articuladores de Iris contabilizam no mínimo dois votos no PSDB e 1 no PTB, o que, com os 22 senadores do PMDB, daria 36. São necessários 41 votos para vencer a disputa.

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