São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
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Artistas levam apoio à mãe de Daniella

DA SUCURSAL DO RIO

Desde o início do julgamento de Guilherme de Pádua, acusado de assassinar a atriz Daniella Perez, artistas de TV, teatro e cinema foram ao Tribunal pedir a condenação de Pádua e apoiar a autora de novelas Glória Perez, mãe de Daniella.
Ontem, estiveram no plenário do 1º Tribunal do Júri os atores Stênio Garcia, Cristiana Oliveira, Paulo César Grande, Cláudia Mauro, Irving São Paulo, Lady Francisco, Mônica Maia e Mônica Torres.
"Como a maioria dos brasileiros, espero que a justiça se concretize. A questão é o tempo que ele vai permanecer preso", disse Cristiana. Ela representava Paloma, que era irmã de Yasmin, personagem de Daniella na novela "De Corpo e Alma".
A morte de Daniella, em 28 de dezembro de 1992, chocou a classe artística carioca. O assassinato aconteceu durante as gravações da novela.
Daniella era casada com Raul Gazolla, que também é ator. Gazolla preferiu se poupar de assistir ao julgamento. Ele está nos EUA.
Vários atores -entre eles Alexandre Frota e Maurício Mattar- depuseram contra Guilherme de Pádua no inquérito policial.
"Além de matar Daniella, estão matando a família agora. É um sofrimento para eles ter que rever essas imagens e lembrar tudo o que aconteceu", disse a atriz Mônica Torres, que participa do filme "Pequeno Dicionário Amoroso".
Anteontem à noite, Cláudia Abreu e Fábio Assunção também foram levar seu apoio a Glória Perez. Eles deixaram o plenário quando os trabalhos foram encerrados, por volta da meia-noite, acompanhando Glória Perez.
Victor Fasano e Sílvia Pfeiffer também defenderam a condenação de Pádua. "É hora de a Justiça brasileira mostrar ao mundo que estamos nos transformando num país sério", disse Fasano.
"Espero que a justiça seja feita. Espero que ele pegue a pena máxima. Não há argumento, não tem justificativa para matar do jeito que ele matou. Para mim, esse caso já está julgado", disse ontem a atriz Cláudia Mauro, uma das mais assíduas no tribunal. Ela pretendia assistir ao julgamento até o fim.
O ator Irving São Paulo, que é estudante de direito, disse que sua motivação principal para estar no plenário era prestar solidariedade a Glória Perez.
"Vim em solidariedade à mãe. É um momento difícil. Eu sou pai e qualquer um de nós está vulnerável a receber um telefonema de madrugada dizendo: 'Seu filho morreu', ou 'Seu filho matou'. Mas não estou crucificando ninguém, há todo um processo para elucidar o crime", disse.

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