São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997 |
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Perueiro usa 'olheiro' para escapar de fiscal
CRISPIM ALVES
Quando avistam a fiscalização, os "espiões" ligam imediatamente para a associação e avisam sobre os fiscais. Além disso, eles também voltam dois quarteirões do local onde estão e passam a desviar as peruas para outro caminho. O trabalho começou a ser realizado na última segunda-feira. Segundo Laércio Ezequiel dos Santos, presidente da associação, a medida tem surtido efeito. "O DTP apareceu três vezes esta semana e só levaram duas peruas em cada uma delas. Antes, eles levavam 15 peruas", disse. A declaração foi dada anteontem, antes da apreensão de oito peruas ocorrida ontem pela manhã. O DTP informou que o trabalho dos olheiros não diminuiu o número de apreensões, apenas dificultou um pouco a fiscalização. Os olheiros não são registrados. Eles vão receber um salário mensal e cesta básica, além de alimentação. Os que trabalham a pé ganham R$ 200, e os motoqueiros, R$ 450, mais o combustível. A "espionagem" do DTP é feita em sistema de revezamento das 6h às 10h. A idéia de contratar olheiros, segundo Santos, surgiu na semana passada, quando 14 peruas foram apreendidas na avenida João Dias. "Resolvemos dar um basta. Tinha perueiro querendo passar por cima da fiscalização." A região do Jabaquara também deverá contar com olheiros em breve. A associação dos perueiros da zona norte também pretende contratar pessoas para vigiar a fiscalização. "O nosso objetivo é evitar o confronto com os fiscais do DTP e a PM", afirmou Márcio Corrêa, presidente da entidade. "Com os olheiros, a fiscalização tem que se desdobrar, mas continuamos com a mesma média de 25 a 30 veículos apreendidos por dia", afirmou Luiz Thadeu Meirelles Brandão, diretor do DTP. Segundo ele, o departamento irá adotar uma outra estratégia de fiscalização. "Mas não vou divulgar no momento", afirmou. Texto Anterior: Aumento de tarifa é descartado Próximo Texto: Apreensão causa conflito Índice |
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