São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 1997
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Recordista quer 'desbravar' o Brasil

EDGARD ALVES
ENVIADO ESPECIAL A MANAUS

O campeão olímpico em Atlanta e recordista mundial dos 100 m rasos (9s84), o jamaicano naturalizado canadense Donovan Bailey, 29, gostou do clima do Amazonas e disse que quer voltar ao Brasil.
Mas ele não quer vir com o compromisso de competir, como desta vez -ontem, participou da prova dos 60 m rasos do 2º Meeting de Manaus. Bailey quer "desfrutar passeios pela selva amazônica".
Existe até a possibilidade de passar algum tempo treinando no Centro Olímpico de Manaus, que está sendo dirigido por Santiago Antunez, 47, chefe da equipe de atletismo de Cuba nos últimos oito anos, inclusive na Olimpíada-96.
Ontem à tarde, Bailey visitou o pequeno zoológico do hotel Tropical, onde está hospedado. Hoje à tarde, viaja de barco pelo rio Negro, em passeio que tem como destino o hotel da selva Ariau.
Lá, pode até se encontrar com um hóspede ilustre, o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, que está visitando a região.
Victor Malzoni Jr., diretor do Meeting do Rio, que abre a temporada do Grand Prix, em maio, negocia para trazer Bailey para a prova dos 200 m e o norte-americano Michael Johnson para os 100 m.
A participação inverteria a especialidade da dupla. Os dois disputam o título de "o homem mais veloz do mundo" e já têm um desafio, nos 150 m, também em maio, em Toronto, Canadá.
*
Folha - Você conhecia alguma coisa sobre o Brasil?
Donovan Bailey - Sabia apenas que a floresta amazônica era muito, mas muito grande.
Folha - Gosta do que está vendo?
Bailey - Fiquei mais no hotel e pensando na prova. Mas pretendo voltar, ter umas duas semanas livres e desfrutar passeios. Nasci na Jamaica e lá tem muita selva.
Folha - A Jamaica é um país de clima quente. Por que os jamaicanos vão para o gelado Canadá?
Bailey - Vão em busca de melhores oportunidades econômicas e sociais. O Canadá é muito bom.
Folha - Qual é seu hobby?
Bailey - No esporte, fora do atletismo, é jogar basquete. Adoro ler biografias e assistir filmes e vídeos, principalmente de mafiosos.
Folha - Você disse que gosta de música, de reggae?
Bailey - Depois da prova desta noite, eu e a Michelle (a namorada, que o acompanha) vamos dançar na boate do hotel, porque na quarta-feira ela faz aniversário.
Folha - A medalha de ouro e o recorde mundial já trouxeram recompensa econômica?
Bailey - As coisas ficaram diferentes. A privacidade se tornou difícil. Mas não me aborreço.

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