São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 1997 |
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Potencial do museólogo é pouco explorado
LUÍS PEREZ
Museólogo é aquele que estuda, identifica, classifica, restaura, organiza e prepara exposições de peças e documentos relacionados a fatos de valor histórico e cultural. Chato? Nem um pouco. Na era da globalização, da reengenharia e principalmente da participação nos lucros e resultados, está ficando cada vez mais importante resgatar o passado das empresas. A idéia é mostrar aos funcionários o desenvolvimento da cultura da organização -fazendo disso mais um instrumento de gestão. "Quanto mais difícil esse resgate, mais interessante é para nós", diz Julio Abe Wakahara, 56, presidente do Corem (Conselho Regional de Museologia) de São Paulo. Há poucos profissionais no Estado de São Paulo -cerca de 120. Segundo dados do conselho regional, todos têm trabalho -contratados por empresas ou como autônomos, o que é mais comum. "Já fiz trabalhos, por exemplo, para o Citibank e para a Natura", conta Wakahara, que tem um escritório próprio. Há apenas dois cursos de graduação no país: um no Rio e outro na Bahia. A falta de formação específica faz com que a profissão seja ameaçada de extinção justamente no mercado em que ela mais cresce. Ao mesmo tempo, a remuneração é baixa -seguindo tendência das áreas de magistério e pesquisa. Embora a recomendação do Corem seja de um salário inicial de R$ 1.120, não é raro que algumas instituições paguem a metade. A iniciativa privada tem aberto boas oportunidades de trabalho, por intermédio dos museus de empresa e institutos culturais. É o caso, por exemplo, de empresas como Itaú, Banespa, Telesp e Eletropaulo. Longe do trabalho maçante de classificação de objetos, os museólogos chegam a bolar jogos e exposições não apenas em museus, mas também em galerias de arte. Os dados indicam que há mais mulheres na profissão. A legislação virou uma camisa-de-força, segundo o presidente do conselho. "Estamos lutando pela reformulação da lei para que pessoas de áreas correlatas possam trabalhar como museólogos." Por exemplo: se um museu contrata um historiador, talvez ele pudesse receber o título de museólogo. "Isso porque em São Paulo não existem escolas para formar profissionais." A maioria dos museus é pública. Só na Grande São Paulo, há 110. Em todo o Estado, cerca de 400. "Só desses dados, já é possível sentir o potencial." Texto Anterior: Confira 55 vagas na cidade de São Paulo Próximo Texto: Museólogo Índice |
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