São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 1997 |
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Tese de líder tem plágio
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
King usara, sem citar, trechos inteiros de trabalhos do téologo Paul Tillich e de colegas seus. Para Carson, a decisão de revelar ao público a descoberta foi uma das mais difíceis da vida. O exemplo de retidão moral deixado pela atuação política de King poderia sair machucado com a publicidade. Na época, havia grande debate nos EUA sobre o Dia de Martin Luther King, o feriado nacional em sua homenagem, que alguns Estados do sul do país se recusavam a observar. Mas Carson achou mais importante manter a sua própria integridade intelectual. A Universidade de Boston reconheceu o plágio e juntou aos documentos do doutoramento de King uma admoestação formal. Mas não lhe cassou o título de doutor. A comissão que examinou o caso deliberou que, apesar dos trechos usados sem referência aos autores, a parte original da tese de King "ainda constitui uma importante contribuição acadêmica". No fim, a revelação do plágio não afetou a reputação de King mais do que, anos antes, a de que ele havia cometido infidelidade conjugal. Em 1997, o Dia de Martin Luther King foi comemorado, no último dia 20, nos 50 Estados do país, sem protestos. Por ter coincidido com a posse de Bill Clinton, que citou King em seu discurso, teve mais realce do que nunca. (CELS) Texto Anterior: King pode render até US$ 20 mi por ano Próximo Texto: Lei romena revolta grupo homossexual Índice |
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