São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 1997
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Carta na manga; Por um fio; Toma lá, dá cá; Contra a parede; Por baixo do pano; Jogo de força; Passo marcado; Nome aos bois; Causa própria; Pedras no caminho; Co-autoria; Tá explicado; Cautela inútil; Dividindo o espólio; Degola em massa

Carta na manga
Os deputados do PMDB negociam um acordo com os senadores: aprovam a reeleição na quarta, mas só votam o segundo turno se FHC garantir o apoio para eleger Michel Temer (SP) e isenção na eleição do Senado.

Por um fio
A bancada do PMDB na Câmara já redigiu um manifesto pelo qual condiciona a votação do segundo turno da reeleição ao comportamento do Planalto nas eleições para as Mesas. Falta apenas o aval dos senadores.

Toma lá, dá cá
Para os deputados do PMDB, condicionar o comparecimento da bancada ao segundo turno de votação da reeleição não é só a melhor, mas a única garantia efetiva de que o Planalto não interferirá na eleição do Senado.

Contra a parede
Os deputados do PMDB avaliam que o partido só tem a perder se não votar na quarta. Se a emenda cai, FHC pede um plebiscito. Se passa, o partido racha e o presidente fica sem o compromisso de isenção no Senado.

Por baixo do pano
O manifesto dos peemedebistas condicionando o voto no segundo turno está sendo articulado pelo 1º vice-presidente da Câmara, Ronaldo Perin (MG). Das conversas, participa Sandro Mabel (GO), ligado a Iris Rezende.

Jogo de força
Para votar a reeleição na data pretendida pelo Planalto o PMDB da Câmara deve fazer uma exigência extra: a candidatura Wilson Campos (PSDB-PE) deve ser rifada antes da eleição. Não deve ser nem registrada.

Passo marcado
Sarney foi para o encontro com FHC, na sexta, no carro de Roseana, um Ômega azul marinho. No carro, foi ainda Jorge Murad, marido da governadora. Roseana aproveitou a folga do sábado para fazer compras num shopping da cidade.

Nome aos bois
Seguindo o discurso oficial, Iris Rezende (PMDB-GO) nega que Sarney e FHC tenham se encontrado. Segundo o candidato do PMDB, nada mudou na posição dos senadores e de Sarney. "Ele é o chefão", diz.

Causa própria
Para orientar seu grupo político a votar a favor da reeleição, Newton Cardoso (PMDB-MG) está fazendo apenas uma exigência: o fim do segundo turno das eleições. Acha que, assim, tem chances de voltar em Minas.

Pedras no caminho
Na avaliação de uma ala da cúpula do PFL, Luís Eduardo Magalhães tem dois adversários dentro do partido disputando a candidatura presidencial própria em 2002: o ex-prefeito Cesar Maia e o vice Marco Maciel.

Co-autoria
ACM acha que Sarney não tem justificativa para propor adiamento da votação da reeleição. Afinal, foi ele, junto com Luís Eduardo, que incluiu a emenda na convocação extraordinária.

Tá explicado
De acordo com um amigo de Sarney, o Planalto não deve acusar Paes de Andrade de traição. Ele avisou, pela televisão, que o PMDB terá candidato em 98. Quem? Duas pistas: tem bigode e já sentou na cadeira de FHC.

Cautela inútil
O secretário-geral do PSDB, Arthur Virgílio (AM), foi voto vencido na decisão do Planalto de atropelar o PMDB. O tucano teme que a implosão do partido deixe sequelas que, a longo prazo, podem prejudicar o governo.

Dividindo o espólio
Na avaliação de caciques do PFL, a implosão do PMDB beneficiará diretamente os tucanos. Inocêncio Oliveira (PE), por exemplo, não tem dúvidas de que, se isso ocorrer, logo o PSDB será o maior partido da Câmara.

Degola em massa
Só cinco empresas dos EUA demitiram 250 mil pessoas nos últimos cinco anos. São dados do ensaio "O emprego em crise", de Gilberto Dupas, amigo de FHC. Detalhe: o texto está na revista "Teoria & Debate", do PT.

TIROTEIO
De Henrique Hargreaves, ex-chefe da Casa Civil do governo Itamar Franco, sobre as dificuldades do Planalto para aprovar a emenda da reeleição:
- O problema é que falta credibilidade às negociações. Ninguém acredita em ninguém. A emenda não passa e se passar será com penduricalhos. A deslealdade não dá certo em política.

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