São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 1997 |
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Eldorado teme possível epidemia
RICARDO FELTRIN
Segundo o diretor-geral da Santa Casa, José Vicente Carneiro, nos últimos três dias já foram atendidos cerca de 60 casos de crianças com diarréia e febre alta. "Estamos numa situação muito difícil. O atendimento está precário, não temos pessoal suficiente, faltam remédios, e não temos condições de impedir o agravamento dessa situação", afirmou Carneiro, 62. Crianças e adultos doentes estão sendo atendidos improvisadamente, lado a lado, em colchonetes no chão de uma casa próximo à igreja matriz de Eldorado. A Santa Casa foi devastada pela enchente. Pelo menos 16 pacientes em estado grave foram transferidos para cidades vizinhas. O hospital perdeu roupas de cama, remédios e equipamentos. A diretora do Hospital Regional de Pariquera-Açu, Sandramara Alonso, 43, afirmou que há risco de epidemias de hepatite e de diarréia. Segundo ela, é pouco provável que ocorram casos de leptospirose -doença transmitida a partir de urina e fezes de ratos-, porque não há grande incidência de roedores na região. Água A situação em Eldorado é dramática. Dos cerca de 20 mil habitantes, pelo menos 14 mil tiveram suas casas atingidas pela cheia do rio Ribeira de Iguape. A cidade está praticamente sem abastecimento de água. Segundo a Defesa Civil, há 3.880 desabrigados, morando provisoriamente em três escolas, quatro igrejas e no centro de serviço social. O centro comunitário está distribuindo refeições em "quentinhas" aos desabrigados. A prefeitura está pedindo a doação de todo tipo de medicamentos e alimentos não-perecíveis, especialmente sal, que está em falta em Eldorado. O desabastecimento de água deve adiar a limpeza da cidade até o final da semana. Texto Anterior: Moradores se desesperam com perdas Próximo Texto: Chuvas matam mais 7 em São Paulo Índice |
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