São Paulo, segunda-feira, 27 de janeiro de 1997
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"Sunday" ganha Sundance Film Festival

Adriane Grau

ADRIANE GRAU
ENVIADA ESPECIAL A PARK CITY

Filme sobre relacionamento de atriz decadente com mendigo recebe o grande prêmio do júri e melhor roteiro

O Sundance Film Festival encerrou oficialmente sua 13ª edição na noite de sábado em Park City, Utah (EUA), quando foram anunciados os vencedores de prêmios em diversas categorias.
A grande revelação deste ano foi "Sunday", de Jonathan Nossiter, que recebeu o grande prêmio do júri e o prêmio de roteiro.
"Não quero agradecer e sim reconhecer a combinação de coragem, paixão e centavos doados pelas pessoas que me ajudaram a fazer o filme", afirmou Nossiter.
Escrito, produzido e dirigido por Nossiter, "Sunday" revela a interesseira paixão da decadente atriz Madeline (Lisa Harrow) pelo mendigo derrotado Oliver (David Suchet), que ela pensa ser o famoso diretor Matthew Delacort.
O filme mostra o domingo de ilusões que eles passam juntos, reinventando suas personalidades.
Este ano, o grande prêmio do júri para documentário foi abocanhado por "Girls Like Us", que foi produzido, escrito e dirigido pela dupla Tina DiFeliciantonio e Jane C.Wagner.
Elas acompanharam durante quatro anos as vidas de quatro adolescentes de raças diferentes no sul da Filadélfia para mostrar como elas se fortalecem e lutam para formar sua identidade.
O prêmio do público foi dividido entre "love jones", de Theodore Witcher, e "Hurricane", de Morgan J. Freeman.
"Hurricane" recebeu também os prêmios de direção e de fotografia.
A história, que lembra a de "Kids", sem o excesso de sexo, foi escrita pelo próprio Freeman. "Não é autobiográfica", afirma ele.
"Mas é baseada em sentimentos e acontecimentos relacionados a mim mesmo."
O prêmio de fotografia para documentários ficou para "My America... or Honk If You Love the Buda", de Renee Tajima Peña, que foi membro do júri do festival em anos anteriores.
Aids
Baseado na vida do melhor amigo, que era artista plástico e morreu de Aids, o diretor Monte Bramer, teve "Paul Monette: the Brink of a Summer's End" escolhido pelo público como melhor documentário.
"Acho que agora sou um cineasta", afirmou o iniciante Arthur Dong, que escreveu e dirigiu o documentário "Licensed to Kill", baseado na própria experiência de vítima de gangues que praticam violências contra homossexuais. Ele voltou para casa com os troféus de melhor direção e de cineasta.
Na categoria drama, o troféu foi entregue para Neil LaBute pelo machista "In the Company of Men".
Os documentários "Fear and Learning at Hoover Elementary", de Laura Angelica Simon e "Family Name", de Macky Alston, dividiram o prêmio de liberdade de expressão, oferecido pela Fundação Palyboy para documentários que chamem a atenção para problemas sociais e educacionais.
Laura Simon é uma professora que mostra a reação de seus estudantes à Proposição 187 -projeto que impede que filhos de imigrantes ilegais estudem na Califórnia.
Para fazer o filme, Alston pesquisou as origens escravagistas de sua familia.
A atriz Parker Posey, que tem três filmes no festival deste ano, recebeu o prêmio especial do júri em reconhecimento por sua atuação em "The House of Yes", de Mark Water.
Outros prêmios especiais do júri foram entregues ao documentário "Sick: the Life and Death of Bob Flanagan, Supermasochist", de Kirby Dick, e à produção de "Going All the Way", de Therese DePrez.
O curta "Man About Town", de Kris Isacsson recebeu o prêmio especial de curta-metragem. "Birdhouse" também foi premiado.

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