São Paulo, quarta-feira, 29 de janeiro de 1997
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Derrotada, oposição se prepara para o 'segundo round' contra a emenda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da derrota de ontem, a oposição ao governo no Congresso vai continuar tentando barrar a emenda da reeleição.
Para isso, contam com mais duas chances: as votações na Câmara (segundo turno) e no Senado.
"Vamos insistir na derrota da emenda. No Senado, o quadro pode mudar contra o governo. (Hoje) é um dia de luto para a democracia", disse o presidente do PT, José Dirceu.
Levantamento feito pela Folha indica que mais de 50 senadores pretendem votar a favor da reeleição. O governo precisa de 49 votos no Senado.
A oposição não conseguiu sucesso ontem na tentativa de obstruir a votação da emenda da reeleição. O acordo havia sido fechado entre PT, PC do B, PDT, PPB, PL e dissidentes do PMDB e PFL.
Segundo o deputado José Genoíno (PT-SP), a estratégia falhou porque deputados do PMDB haviam se comprometido a ficar em obstrução somente no caso de não haver quórum de 308 deputados, o que não aconteceu.
Articulada em duas reuniões em Brasília, a estratégia malsucedida da oposição era monitorada, pelo telefone, pelos presidentes do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), do PMDB, deputado Paes de Andrade (CE), e pelo ex-prefeito Paulo Maluf (PPB-SP).
Após a votação, um dos mais revoltados era o deputado José Genoíno. "Não vi isso nem na época da votação dos cinco anos de mandato para o presidente José Sarney", afirmou.
Maluf
Até as 18h45 de ontem, Maluf afirmava que o governo FHC sofreria uma "derrota fragorosa" no plenário.
Para Maluf, a emenda seria derrotada porque "não tem ética". E completou: "Se tiver mais de 265 votos é porque foi instituído o sistema de compra e venda".
"Eu conheço aquilo lá (o Congresso). A emenda não vai passar", disse Maluf. Após a votação, ele não quis mais dar entrevistas.
Dois outros líderes da batalha contra a reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Orestes Quércia (PMDB), evitaram comentar a vitória do governo na Câmara.
A assessoria de imprensa do ex-presidente Fernando Collor de Mello disse ontem que ele comentaria o resultado da votação. Depois da vitória, Collor não concedeu entrevista.

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