São Paulo, quarta-feira, 29 de janeiro de 1997
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Mesmo parado, taxista fatura

DA REPORTAGEM LOCAL

O taxista Antônio Guimarães, 39, ganhou R$ 40,20 numa única corrida por causa da enchente de anteontem -e nem precisou levar a cliente à casa dela.
Ele saiu, às 19h, da praça Patriarca, no centro de São Paulo, e ficou preso no congestionamento da avenida Santos Dumont, também na região central. "Por volta de 23h40, eu continuava parado. Então, ela saiu do carro e resolveu ir de metrô", disse Guimarães. Ele ganhou o equivalente a uma corrida ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
Na mesma região onde o taxista deixou a passageira, os estacionamentos faturaram. Um deles, na esquina das ruas Afonso Pena e Bandeirantes (Bom Retiro), admitiu 15 carros a mais que o costume. "Por questões de segurança, à noite só deixamos entrar mensalistas. Mas os manobristas que estavam aqui disseram que o pessoal implorava para deixar o carro, pagariam até o dobro", afirmou o encarregado pelo estacionamento, Reginaldo Retori, 20.
Cada um pagou de R$ 13 a 17 -o preço normal- pela vaga.
Sorte de alguns, azar de outros. O técnico em manutenção Válter Wilson Amaral estacionou seu Voyage às 11h de anteontem na avenida Armando Cardoso Alves, perto da ponte Aricanduva (leste).
Só conseguiu voltar ao carro ontem, às 9h. Ele estava quase submerso. O interior, cheio de água e lama. "Nem está dando partida", disse Pastora Nonato, mulher de Amaral.

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