São Paulo, quarta-feira, 29 de janeiro de 1997
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Coleta seletiva dará desconto no IPTU

RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo estuda a criação de incentivos (descontos) no IPTU para empresas que adotarem a coleta seletiva de lixo. Também pretende ampliar a taxação de limpeza para as empresas que produzirem mais de cem litros de lixo por dia.
As propostas são da Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana), que anunciou ontem que vai retomar o programa este semestre.
A coleta seletiva foi criada na gestão Luiza Erundina, a partir de um projeto do PT, de autoria de Adriano Diogo.
O sistema começou a ser abandonado no primeiro ano do governo Paulo Maluf (PPB) e parou totalmente em 1994.
O plano para reimplantação da coleta seletiva deverá ser apresentado ao prefeito Celso Pitta talvez ainda nesta semana.
A empresa ainda não foi definiu um índice de descontos. "Se a idéia for adotada, quem vai decidir é o prefeito", afirmou Carlos Venturelli, diretor da Limpurb -órgão submetido à Secretaria de Serviços e Obras.
Na quinta-feira, afirmou, haverá uma reunião com o secretário de Serviços e Obras, Reynaldo de Barros (PPB), e com publicitários responsáveis pela conta da prefeitura.
Eles vão discutir o lançamento de duas campanhas publicitárias relativas ao lixo paulistano.
A primeira seria uma campanha sobre o aproveitamento total de alimentos.
"Das 12 mil toneladas de lixo que São Paulo produz por dia, 60% são de lixo orgânico. A população precisa ser orientada a utilizar melhor os alimentos e não desperdiçar", disse Venturelli, 51.
A segunda campanha seria para a coleta seletiva. O objetivo seria informar sobre as cores e as divisões do lixo por material: azul (papel), verde (vidro), amarelo (metal) e vermelho (plástico).
A prefeitura deverá trocar todos os contêineres utilizados na coleta no governo petista, que são de metal. A prefeitura quer substituí-las pelas de fibra de vidro, mais leves.
Custos indefinidos
O custo da campanha publicitária e a da troca de contêineres ainda não foi estimado, segundo informou a Limpurb.
A companhia estaria estudando os sistemas de coleta utilizados em outros Estados, como Paraná e Rio -que cobra R$ 1,00 por cada saco de cem litros.
Também está sendo analisado o sistema usado no Canadá, que utiliza fornos microondas para destruição de lixo hospitalar.
Venturelli pretende viajar àquele país para conhecer o sistema, mas disse que depende de autorização da prefeitura.
Para Venturelli, o sistema atual, que faz uso de aterros sanitários, "está totalmente ultrapassado".

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