São Paulo, quarta-feira, 29 de janeiro de 1997 |
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Matador de 13 garotos foge de manicômio
SERGIO TORRES
Andrade também violentava as crianças, que tinham entre 5 e 13 anos, até depois da morte. A Polícia Civil suspeita que o número de assassinatos praticados por ele possa ser bem maior. Andrade é considerado pela polícia um fugitivo de alta periculosidade. A Secretaria da Segurança do Estado do Rio determinou prioridade absoluta para sua captura. Os crimes que confessou foram cometidos aos 25 anos de idade. O delegado Romem Vieira, que investigou a ação de Andrade, suspeitou à época da prisão que ele matasse desde os 17 anos. Nas contas do delegado, 80 crianças podem ter sido mortas. A fuga ocorreu na manhã de sexta-feira, durante o banho de sol do Hospital Psiquiátrico Heitor Carrilho, no complexo de presídios da rua Frei Caneca (região central). O Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário) informou que Andrade aproveitou um descuido da segurança para pular o muro que separa o manicômio da favela do morro de São Carlos. Informado da fuga, o subchefe de Polícia Civil, delegado Paulo Maiato, designou policiais da Metropol (Delegacia Metropolitana) de Niterói (15 km do Rio) para procurarem Andrade no Estado. O delegado Eide Trindade, diretor da Metropol, concentra a investigação em Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (região metropolitana do Rio). Andrade praticou nas três cidades a maior parte dos crimes confessados. A família dele mora em São Gonçalo. Maiato disse que a polícia procura parentes do fugitivo. "Nem a família vai querer que ele fique solto. O Marcelo é completamente louco", disse o subchefe. Andrade foi preso em 17 de dezembro de 1991 por policiais da 76ª DP (Delegacia de Polícia), em Niterói. As confissões surpreenderam os policiais, que, a princípio, não acreditavam no que ele dizia. Quando a polícia decidiu checar os dados, encontrou corpos de crianças. Registros de DPs confirmavam que nos locais apontados tinham sido achadas ossadas. Andrade não chegou a ser julgado. Foi levado para o hospital Roberto Medeiros, em Niterói. Em 9 de novembro de 93, foi transferido para o manicômio judiciário. Caso não consiga capturar o fugitivo logo, a polícia poderá iniciar a distribuição de retratos. "A princípio não queremos alarmar a população. Mas, se a prisão demorar, vamos ter que pensar em alguma coisa. O Marcelo pode voltar a matar", disse Maiato. Texto Anterior: Promotoria quer evitar saída de Pádua Próximo Texto: Acusado contou detalhes Índice |
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